A missão de paz das Nações Unidas na República Democrática do Congo (RDC) disse estar extremamente preocupada com os relatos contínuos de recrutamento de crianças por grupos armados no país e pediu que o governo, doadores e a comunidade internacional ajudem a acabar com essa grave violação dos direitos das crianças.
De acordo com um relatório publicado na quinta-feira (24), quase mil casos de recrutamento infantil por grupos armados foram contabilizados pela missão entre 1o de janeiro de 2012 e 31 de agosto de 2013, predominantemente na província de Kivu do Norte, no leste do país africano.
“Apesar das campanhas de sensibilização e pacificação para os grupos armados, o recrutamento de crianças ainda é endêmico no país, com um elevado número de crianças recrutadas nos últimos dois anos como resultado de hostilidades no leste do país”, afirma o relatório.
Os grupos armados Nyatura, Forças Democráticas de Libertação de Ruanda e Movimento 23 de março (M23) foram identificados como tendo recrutado 190, 137 e 124 crianças, respectivamente, durante o período avaliado no relatório.
O documento afirma que as crianças recrutadas foram vítimas e testemunhas de outras violações dos direitos humanos, como estupro, sequestro, assassinato e mutilação. Na maioria dos casos, os meninos e meninas foram raptados e forçados a juntar-se aos grupos.
Outros se juntaram voluntariamente depois que lhes foram prometido dinheiro, educação, emprego e outros benefícios. As crianças foram usadas como carregadores, cozinheiros, espiões, escravos sexuais, guardas e combatentes.
A Missão da ONU para a Estabilização na RDC (MONUSCO) pediu aos comandantes de todos os grupos armados que parem imediatamente com as graves violações cometidas contra as crianças e as libertem incondicionalmente.
A ONU também recomendou que o governo, a comunidade internacional, os doadores e todos os atores sociais que trabalham com a proteção à criança garantam que todos os esforços sejam feitos para impedir o recrutamento de crianças e assegurar programas de reintegração sustentável a longo prazo para as vítimas.
Fonte: ONU/BR