O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) chama a atenção internacional para o que classifica como “crise esquecida” da República Centro-Africana. Todos os habitantes do país, cerca de 4,6 milhões, foram afetados pelo agravamento das hostilidades no início de agosto.
“A República Centro-Africana é uma crise esquecida globalmente”, afirma o representante do UNICEF no país, Souleymane Diabate. “Enquanto o mundo está preocupado com o que está acontecendo na Síria ou nas Filipinas, a situação [na República Centro-Africana] é muito trágica.”
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em seu último relatório para o Conselho de Segurança também lembrou a necessidade urgente de agir antes que a situação no país fique incontrolável.
Apesar de “um contexto muito frágil, volátil e imprevisível”, o UNICEF está no terreno com campanhas de apoio a mulheres e crianças que visam à imunização, o regresso à escola ou a libertação de crianças-soldado por parte de grupos armados. O objetivo é reduzir a taxa de mortalidade materna e infantil.
Desde agosto, o conflito armado na região nordeste do país tem se tornado mais violento. Vários relatórios dão conta de assassinatos deliberados de civis, violência sexual contra mulheres e crianças e destruição de hospitais, escolas e igrejas. Depois de uma série de ataques do grupo rebelde Séléka, em dezembro de 2012, um acordo de paz foi alcançado no país em janeiro deste ano. Contudo, em março, novas hostilidades levaram à queda do presidente François Bozizé. Um governo transitório comanda o país atualmente sob lideraça do primeiro-ministro, Nicolas Tiangaye.
Fonte: ONU