O Vaticano anunciou nesta quarta-feira, em conjunto com o grande hospital infantil católico “Bambino Gesù” e a Caritas Líbano, uma missão médica de três meses para ajudar milhares de sírios refugiados no Vale do Bekaa, no Líbano.
Este projeto será implementado no Bekaa, região predominantemente muçulmana, onde as necessidades são enormes e a segurança é precária, indicou durante uma coletiva de imprensa no Vaticano o cardeal Robert Sarah, presidente do Conselho Pontifício “Cor Unum”, encarregado de coordenar as obras de caridade da Igreja.
Esta iniciativa, segundo ele, concretiza um projeto desenvolvido em junho, quando o Papa Francisco declarou que “ajudar o povo sírio, para além de questões étnicas e religiosas, é a maneira mais direta de contribuir para a pacificação e a construção de uma sociedade aberta”.
O cardeal Sarah visitará, entre 4 e 8 de dezembro, o Líbano para acompanhar o lançamento do projeto pela Caritas Líbano.
A base do projeto ficará em Deir El-Ahmar, uma cidade predominantemente cristã, e beneficiará os campos de refugiados ao redor e as aldeias muçulmanas quando a segurança permitir.
Os recursos liberados permitirão ajudar inicialmente entre 3.000 e 4.000 crianças com equipamento pediátrico necessário e financiar habitações e transporte de médicos para o local, sem o envio de estrangeiros.
Segundo o cardeal Sarah, 2 milhões de refugiados sírios fugiram através das fronteiras, incluindo mais de 800 mil para o Líbano. Destes, 52% são menores de 17 anos.
Um escritório de comunicação da Igreja foi aberto neste verão em Beirute para acompanhar as diferentes operações de ajuda eclesial.
Mais de 78 milhões dólares foram investidos por organizações católicas para aliviar o sofrimento da crise síria. Esta ajuda foi distribuída em 20 cidades da Síria, mas também – além de Líbano – na Jordânia, Turquia, Chipre, Egito, Iraque e Armênia. Mais de sessenta organizações operam no terreno e 43 instituições financiam suas ações.
De acordo com o presidente da Caritas Líbano, padre Simon Faddoul, sua organização tem ajudado desde abril de 2011 cerca de 32 mil famílias, ou 160 mil pessoas, 94% muçulmanos.
Fonte: Folha de São Paulo