O primeiro-ministro cabo-verdiano afirmou hoje à agência Lusa que Cabo Verde está “atento” a uma eventual onda de alegados refugiados sírios, mas indicou que, ao contrário da Guiné-Bissau, não há quaisquer indicações nesse sentido.
Em breves declarações à Lusa, no final da sessão de abertura da 3.ª Conferência sobre Migrações, que decorre hoje na Cidade da Praia, José Maria Neves limitou-se a afirmar que, até agora, Cabo Verde não recebeu qualquer indicação da chegada de refugiados sírios, salientando, porém, que estão já ativados mecanismos de controlo.
Cabo Verde, nomeadamente a Cidade da Praia, é uma das escalas que a companhia aérea Royal Air Maroc faz entre Casablanca e Bissau, tanto à ida como à volta.
Terça-feira, um grupo de 74 passageiros (21 crianças, 15 mulheres e 38 homens), supostamente sírios, proveniente de um voo da Guiné-Bissau, foi retido no aeroporto de Lisboa por uso de passaportes falsificados da Turquia.
Os passageiros terão embarcado na Turquia com destino a Marrocos, de onde pretendiam seguir para a Europa, mas acabaram por aproveitar o voo da companhia aérea marroquina para se deslocarem para Bissau.
Na capital guineense foram embarcados, alegadamente à força, no voo da TAP-Portugal, empresa que, entretanto, suspendeu as operações para a capital guineense, alegando falta de segurança.
Os 74 imigrantes ilegais pediram asilo a Portugal e foi-lhes concedido um visto especial de entrada no país por razões humanitárias, aguardando a conclusão do processo em centros de acolhimento fornecidos pela Segurança Social.
O Governo de transição da Guiné-Bissau anunciou entretanto que vai abrir um processo de averiguações, tendo sido pedidos relatórios aos ministros do Interior e dos Negócios Estrangeiros.
Os 74 passageiros retidos à chegada a Lisboa pediram asilo político e vão aguardar em alojamento fornecido pela Segurança Social o decorrer do processo, disse à Lusa a presidente do Conselho de Refugiados, Teresa Tito Morais.
“O grupo, 21 crianças, 15 mulheres e 38 homens, foi distribuído por centros da Segurança Social, na Colónia Balnear O Século e da Santa Casa da Misericórdia.
Já fizeram o pedido de asilo e, por isso, vão começar agora a ser ouvidos para dar seguimento ao processo”, indicou.
Fonte: Rádio Latina