“Depois de certa calmaria, vimos a movimentação da população na área”, disse o chefe-adjunto da delegação do CICV no Níger, Pascal Porchet. “Pelo menos 450 pessoas chegaram ao distrito de Diffa somente nos últimos dias”.
As pessoas deslocadas e as comunidades que as abrigam também enfrentam problemas causados pela enchente do rio Komadougou Yobé, na verdade, um afluente do lago Chade. As últimas enchentes destruíram muitas casas, escolas e centros de saúde, além de terem afetado a grandes áreas agrícolas.
“A situação era preocupante”, disse Porchet. Além das enchentes, milhares de pessoas deslocadas voltaram há apenas alguns meses à área e as más condições de segurança levaram a uma queda vertiginosa do comércio com a Nigéria. Isso agravou o isolamento da região e causou um aumento de preços dos gêneros básicos.
Além de tudo isso, segundo as estimativas publicadas pelo governo do Níger, os números referentes às colheitas e ao gado deste ano são inferiores na área de Diffa com relação ao restante do país.
A ajuda continua para a população que foge da Nigéria
Na semana passada, a Cruz Vermelha do Níger e o CICV distribuíram rações alimentares suficientes para dois meses a cerca de 7,5 mil pessoas (entre deslocadas, refugiadas e retornadas) nos distritos de Diffa, Toumour, Nguelkolo e Chetimari.
“Esta ajuda é vital para essas pessoas, que não contam com outros meios para atender as suas necessidades alimentares”, explicou Jean-Pierre Nereyabagabo, que coordena a ajuda alimentar do CICV no Níger.
Além dessa ajuda emergencial, há também iniciativas que visam tornar as pessoas deslocadas menos dependentes da ajuda alimentar. Uma delas envolve a distribuição de sementes para cerca de cem famílias em Bosso e Tchoukoudjani, de modo a permitir que cultivem legumes.
Apoio aos nômades fulanis deslocados
Entre as pessoas oriundas do Níger que fugiram da violência na Nigéria há cerca de 1,6 mil nômades fulanis que pertencem ao grupo wodaabe. Eles também estão recebendo ajuda regular do CICV desde novembro de 2012.
“Eles foram obrigados a fugir da Nigéria onde estavam assentados há mais de uma década, quase sempre deixando tudo para trás”, explicou Nereyabagabo. “Quando voltaram ao Níger, enfrentaram dificuldades para reconstruírem a vida e viviam em condições difíceis na periferia de Diffa. Dependia principalmente da ajuda alimentar mensal distribuída pelo CICV para sobreviver”.
Para ajudar essas pessoas a restabelecerem os seus meios de subsistência, o CICV apoia os esforços das autoridades locais para levá-las a Modi Wakil, a 30 km de Diffa, no distrito de Gueskerou. No dia 22 de novembro, cerca de 275 famílias fulanis wodaabe puderam se mudar para a sua nova aldeia, onde o CICV já havia construído um poço.
Foram distribuídas rações alimentares suficientes para dois meses para as famílias poderem retomar as suas vidas. Ao mesmo tempo, o CICV distribuiu 900 cabras – pelo menos três por família – para permitir que os nômades reconstruam os seus meios de subsistência.
Cruz Vermelha do Níger ajuda vítimas das enchentes
Mais de três mil pessoas afetadas pelas enchentes receberam ajuda rápida da Cruz Vermelha do Níger em Kessa Kandila, Ajeri, Rouda e Kouloukoura (distritos de Chetimari e Diffa).
Foram distribuídas 350 kits de ajuda contendo lonas, utensílios de cozinha, mosquiteiros e roupas para as vítimas das enchentes, além de rações alimentares suficientes para um mês. A obra do CICV para construir seis poços de água equipados com bombas hidráulicas manuais está quase concluída. Essas instalações garantirão o acesso permanente à água potável e reduzirão os riscos para a saúde. Também foram distribuídos 150 kits de tratamento de água
Fonte: ICRC