Continua a espiral de violência extrema na capital da República Centro-africana. Ataques, linchamentos, saques e represálias estão na ordem do dia. Cem mil desalojados vivem no campo M’Poko, próximo do aeroporto de Bangui, tendo sido obrigados a deixar suas casas por causa da violência. Recentemente, um tiroteio no aeroporto deixou duas crianças mortas. A única organização médica presente na área é Médicos Sem Fronteiras (MSF) que, além de curar os feridos, iniciou uma campanha de vacinação contra sarampo para 68 mil crianças, para prevenir a epidemia nos campos de refugiados da capital da República Centro-africana.
A campanha beneficiou mais de 25 mil crianças nos campos Dom Bosco e Boy Rabe, 40 mil no campo de Mpoko e 3 mil nos campos Saint Michel e Saint Elime. Os destinatários são crianças de 6 meses a 15 anos, que representam 40% da população total dos campos. O sarampo é altamente contagioso e é facilmente e rapidamente contagioso com tosse, espirros e contato próximo.
Em ambientes muito habitados, como os campos de Bangui, o risco de transmissão é ainda maior. As complicações são muitas e incluem graves infecções respiratórias, disenteria, desidratação e encefalite. O sarampo pode também causar cegueira e infecções no aparelho auditivo. As crianças, sobretudo quando desnutridas, são particularmente vulneráveis a contrair a doença.
Segundo informa a MSF, as agentes monitoram também a desnutrição de crianças menores de cinco anos, curando os casos graves e transferindo os mais sérios a centros especializados. Na clínica, são visitadas cotidianamente 500 pessoas. Outra equipe está trabalhando no hospital de Bangui, onde os pacientes chegam com feridas de machado e facadas, e por vezes, com feridas de tortura.
Fonte: Agenzia Fides