Ao Moxico já chegaram, até à data, 96 pessoas. Dos campos de Maheba e Mayukwayukwa (Zâmbia) para o Moxico, a operação de transporte é feita duas vezes por semana, através de um avião da Força Aérea zambiana. Os voos prosseguem até Março.
A operação, que envolve o Executivo, a Organização Internacional para as Migrações (OIM), o governo da Zâmbia e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, prevê o regresso de mil angolanos que viviam nos campos de refugiados de Maheba e Mayukwayukwa.
Após a chegada a Angola, os antigos refugiados são transferidos para um centro de trânsito, onde são registados e recebem alojamento, alimentação e cuidados médicos, antes de serem encaminhados para as comunidades de origem.
Mais de 26 mil refugiados angolanos que vivem há mais de 30 anos em países vizinhos tencionam regressar ao país até finais deste ano, no quadro do repatriamento voluntário organizado pelo Executivo e seus parceiros internacionais.
A directora da Assistência e Reinserção Social no Moxico, Quintas Pinto, assegurou estarem criadas as condições de alojamento e outros serviços sociais, no centro de recepção dos ex-refugiados, em Sacassange.
Foi criado um grupo técnico para apoiar os ex-refugiados e facilitar a sua reintegração social, uma vez que muitas dos regressados desconhecem o paradeiro dos familiares.
Criado grupo de recepção
O grupo é constituído por representantes dos Ministérios dos Transportes, Saúde e Educação, dos Serviços de Migração e Estrangeiros, Forças Armadas Angolanas e da Organização Internacional para as Migrações.
Na sequência do acordo de paz de 2002, mais de 400 mil angolanos puderam, entre 2003 e 2007, regressar ao país, no âmbito do Programa Regional de Repatriamento Voluntário, realizado em conjunto pelo Executivo, países de acolhimento, Organização Internacional para as Migrações e Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
Na última fase do programa, entre Junho de 2011 e Junho de 2012, foram repatriados mais 23.343 refugiados angolanos. Em Agosto, havia na Zâmbia 8.044 refugiados no campo de Mayukwayukwa e 7.441 no de Maheba. “Esta operação aérea é o resultado do compromisso de todos os parceiros em continuar a prestar assistência aos ex-refugiados angolanos na Zâmbia que pretendem regressar, voluntariamente, a Angola”, disse o Chefe de Missão da Organização Internacional para as Migrações Angola, Salavatore Sortido.
O representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados em Angola (ACNUR), Hans Lunshof, disse que esta é a última fase do repatriamento dos angolanos na Zâmbia, República Democrática do Congo, Namíbia, África do Sul e Botswana.
O funcionário das Nações Unidas referiu que quem desejar ficar no país de acolhimento pode fazê-lo e vai ter o estatuto de residente, mas os que preferirem regressar a Angola chegam de forma organizada e faseada até finais deste ano.
Hans Lunshof esclareceu que o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, em colaboração com o Executivo e os parceiros sociais, vai empenhar-se para fazer regressar muitos angolanos ao país ao longo do ano. Do contingente que vai regressar ao país, a província do Moxico espera receber mais de mil cidadãos.
Fonte: Jornal de Angola