O acordo visa pôr fim a mais de um mês de violentos combates no Sudão do Sul e foi assinado na presença de diplomatas estrangeiros e jornalistas, na capital etíope, Addis Abeba. Também foi assinado um acordo que prevê a libertação de 11 partidários de Riek Machar detidos, que esteve no centro das difíceis negociações. Nenhuma data foi mencionada para o efeito. O Governo sul-sudanês e a rebelião de Riek Machar iniciaram negociações no início do mês, em Addis Abeba.
Na cerimónia de assinatura, o chefe das negociações do Governo, Nhial Deng Nhial, disse que “esperamos poder alcançar rapidamente um acordo mais global, que ponha fim ao derramamento de sangue”, enquanto o chefe das negociações dos rebeldes considerou que os acordos “são os ingredientes para se criar um ambiente propício a uma paz total no país”.
O anúncio do acordo foi feito em primeira mão pela Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD), mediadora das negociações. A versão final do primeiro texto faz referência “ao cessar imediato das hostilidades e ao congelamento das posições”.
O Presidente Barack Obama saudou o acordo de cessar-fogo, assinado após mais de um mês de conflito, e pediu a libertação dos presos políticos sob custódia do Executivo e a sua participação no processo de paz. “A completa participação dos presos políticos retidos pelo Governo é crucial para resolver as causas do conflito”, disse o Presidente norte-americano.
Agora, frisou, “os líderes do Sudão do Sul têm de trabalhar para incrementar imediatamente, e de maneira completa, o acordo, e começar um diálogo político inclusivo, para resolver as causas subjacentes ao conflito”.
Barack Obama acrescentou que “para recuperar a confiança do seu povo e da comunidade internacional, os dirigentes do Sudão do Sul devem demonstrar o compromisso sério e duradouro na busca de uma solução pacífica para esta crise” e pediu que “os que cometeram atrocidades sejam detidos e prestem contas pelas suas acções”. Agradeceu, ainda, o “papel construtivo” da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD).
Os líderes dos países que formam a IGAD (Djibuti, Eritreia, Etiópia, Quénia, Somália, Sudão e Uganda) aprovaram o envio ao Sudão do Sul de uma força pacificadora de 5.500 soldados, anunciou a ministra das Relações Exteriores do Quénia. Amina Mohammed acrescentou que a decisão cumpre a resolução da ONU aprovada a 24 de Dezembro. O conflito no Sudão do Sul eclodiu a 15 de Dezembro do ano passado, quando o Presidente do país, Salva Kiir, acusou o ex-vice-presidente e actual líder rebelde, Riek Mashar, de tentativa de golpe. Cerca de dez mil pessoas morreram durante os confrontos, referem dados do Grupo Internacional de Crise, uma ONG especializada na análise de conflitos.
Os combates foram acompanhados de massacres étnicos entre a etnia Dinka, de Salva Kiir, e a etnia Nuer, de Riek Machar.
Fonte: Jornal de Angola