Adrian Edwards, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), informou em conferência de imprensa que cerca de 78.000 sudaneses do sul fugiram para os países vizinhos desde meados de dezembro último. Mais de metade refugiaram-se na região fronteiriça do Nilo Ocidental, no Uganda e na República Democrática do Congo.
“No total, 42.654 refugiados, maioritariamente mulheres e crianças, provenientes de Nimule, no Sudão do Sul, estão nos distritos ugandeses de Arua, Adjumani e Kiryandongo “, afirmou Edwards, acrescentando “De acordo com colegas , muitos homens estão levando as suas famílias para a fronteira com o Uganda e deixam-nas aí, antes de voltarem para o seu país”. “Dos refugiados com quem temos contato, ouvimos relatos de testemunhas oculares de assassinatos, casas incendiadas e tiroteios “, completou o porta-voz do ACNUR.
CARTUM, 13 de janeiro de 2014 (ACNUR) – Como consequência dos confrontos entre rebeldes e militares, estima-se que cerca de 10000 pessoas fugiram do Sudão do Sul, refugiando-se mais a norte, em território do Sudão. Este influxo de refugiados assinala ironicamente uma mudança nas relações entre o Sudão e o Sudão do Sul que se tornou independente em 2011 na sequência de uma votação massiva em 2005 inserida num plano de paz, após 22 anos de guerra civil.
Milhões de sudaneses do sul fugiram para o norte durante a guerra civil mas cerca de 1,8 milhões regressaram ao Sudão do Sul desde 2007.
Recentemente, em setembro último, um inquérito da Organização Internacional das Migrações (OIM) concluiu que quase 20.000 sudaneses do sul que vivem em zonas degradadas de Cartum desejam voltar à sua terra. Mas a situação alterou-se desde que os conflitos começaram em meados de dezembro com confrontos dentro de unidades do exército do Sudão do Sul, levando a aumento do violência étnica.
Os dados do ACNUR fazem do Sudão o segundo maior país de acolhimento dos confrontos entre as forças leais ao Presidente Salva Kiir e as forças aue ao ex-Vice-Presidente Riek Machar.
Cerca de 32.000 refugiados fugiram para o Uganda e outros 10.000 foram para a Etiópia e para o Quénia. Cerca de 350.00 permanecem deslocados dentro das fronteiras do Sudão do Sul, de acordo com Nicolas Brass, do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Brass afirma que a maioria das pessoas refugiadas na região de Kordofan (Sudão) são mulheres e crianças com necessidades primárias de assistência.
O ACNUR está a trabalhar em estreita colaboração com as autoridades sudanesas para que se consiga uma ajuda humanitária efetiva. “Estamos a enviar materiais de emergência para abrigo e outros itens não alimentares” informou Brass.
O Conselho Português para os Refugiados (CPR), representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) em Portugal, desde 1998, e entidade a quem se encontram cometidas, nos termos do disposto na Lei n.º 27/2008, de 30 de junho, competências consultivas e de supervisão do procedimento de asilo, bem como de apoio jurídico direto aos requerentes de asilo e refugiados em todas as fases do procedimento de asilo, foi chamado a pronunciar-se sobre o anteprojeto de Proposta de Lei, tendo remetido os seus comentários preliminares ao Gabinete do Senhor Secretário de Estado da Administração Interna aos 27 de setembro de 2013.
Fonte: Refugiados.net