Por mais de três décadas o Paquistão tem sido um dos maiores refúgios do mundo: centenas de afegãos buscam o país para fugir da guerra em sua terra natal.
Desde 2001, com a invasão liderada pelos Estados Unidos ao Afeganistão, 3,8 milhões de pessoas já retornaram ao seu país, mas, calcula-se que quase 2 milhões ainda continuam no Paquistão, sem contar outros milhares que vivem ali ilegalmente.
Gerações inteiras de crianças afegãs nasceram e cresceram no Paquistão, frequentemente vivendo na pobreza e incerteza, já que os refugiados encontram dificuldades de achar emprego e vagas nas escolas para seus filhos. Um exemplo é Awal Gul, de 12 anos, que vive na periferia da capital, Islamabad. Awal nunca foi à escola e trabalha todos os dias num mercado de vegetais. O menino sonha em se tornar um jogador de cricket e representar seu país nas competições.
A população afegã no Paquistão faz parte do legado de conflitos no país: milhões de pessoas ultrapassaram as fronteiras fugindo da invasão soviética em 1979, o começo de uma década de guerra contra a ocupação. Depois da saída dos soviéticos, o país entrou novamente em conflito, e mais afegãos saíram de sua terra natal. Quando o Talibã chegou ao poder em 1996, sua forma de poder sunita atemorizou parte da população.
Apesar de se sentir como estrangeiros no Paquistão, a maioria dos refugiados nem sonha em voltar ao seu país por se sentir insegura em relação à violência e à pobreza vivida por lá.
Já os paquistaneses, se sentem frustrados com a presença de tantos refugiados que tomam o país. A insatisfação cria uma pressão ao governo para mandar os refugiados embora.
Abaixo, uma série de fotos das crianças refugiadas no Paquistão pelo fotógrafo Muhammed Muheisen da AP.
Fonte: Terra