A ONU confirmou nesta terça-feira que uma de suas bases no Sudão do Sul viu nas últimas horas dobrar o número de refugiados em suas instalações em meio aos novos confrontos entre partidários e críticos do governo.
A Missão da ONU no Sudão do Sul (UNMISS) reportou combates intensos nos arredores de sua base em Malakal desde a primeira hora da manhã, e que chegaram a cair algumas balas no local durante o meio do fogo cruzado, detalhou o porta-voz da ONU, Martin Nesirky.
Os responsáveis da base de UNMISS atenderam “dúzias” de pessoas feridas, além de buscar cumprir o desafio de receber dez mil pessoas na busca de refúgio, o que fez quase dobrar o número de pessoas em suas instalações, explicou.
O porta-voz da ONU lembrou a todas as partes em conflito no Sudão do Sul da obrigação de não atacar a equipe do organismo internacional, além de respeitar a integridade de todas suas instalações.
Em meio aos combates entre forças do governo e rebeldes, pelo menos 200 pessoas, a maioria mulheres e menores, morreram nesta segunda-feira afogados em um naufrágio quando tentavam fugir de Malakal.
A violência no Sudão do Sul explodiu em 15 de dezembro, depois de o presidente do país, Salva Kiir, acusou o ex-vice-presidente Riak Mashar de uma tentativa de golpe, algo que nunca foi admitido pelo oposicionista.
Desde então, cerca de dez mil pessoas morreram durante os enfrentamentos, segundo dados do Grupo Internacional de Crise (IGG), uma organização internacional não-governamental especializada na análise de conflitos.
Pelo menos 335 mil pessoas abandonaram seus lares pela violência no Sudão do Sul e 78 mil se refugiaram nos países vizinhos, informou hoje em Genebra o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
Fonte: Exame