Pelo menos 63 pessoas morreram nos últimos meses pela escassez de alimentos e remédios no campo de refugiados palestinos de Yarmouk, no sul de Damasco, informou nesta sexta-feira o Observatório Sírio de Direitos Humanos.
O observatório explicou que realizou uma apuração das vítimas desde junho do ano passado até hoje, mas destacou que o maior número de vítimas (61) foi registrado nos últimos três meses.
A organização destacou que há cerca de 200 dias as forças do regime do presidente sírio, Bashar al-Assad, e seus aliados da Frente Popular para a Libertação da Palestina-Comando Geral (FPLP-CG) impõem um cerco ao campo de refugiados.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, com sede em Londres e uma ampla rede de ativistas no terreno, pediu à ONU e à comunidade internacional, em particular à Rússia, aliado do regime de Bashar al-Assad, para que atuem de modo urgente e se coloque um fim ao bloqueio.
O organismo também exigiu o fim ao cerco em outras cidades sitiadas do país, o que impede a entrada de ajuda humanitária.
O escritório da ONU para Assuntos dos Refugiados Palestinos (UNRWA) renovou ontem seu pedido para que a ajuda humanitária possa entrar no campo de Yarmouk, depois que a campanha pela organização lançada nas redes sociais ter alcançado 31,6 milhões de adesões.
Antes do início do conflito sírio, em março de 2011, mais de 150 mil refugiados palestinos residiam em Yarmouk. Atualmente, não se sabe quantas pessoas permanecem no campo, já que muitos fugiram para outros lugares.
Os insurgentes assumiram o controle de Yarmouk em dezembro de 2012 e desde o local vem sendo cenário de enfrentamentos entre os opositores e as forças governamentais.
Desde julho de 2013, o regime sírio mantém o cerco a Yarmouk, o que levou à deterioração das condições de vida.
Fonte: Exame