Fotógrafo paraense retrata refugiados da guerra Síria na Jordânia

sexta-feira, janeiro 10, 2014

Garoto sírio é fotografado por Chaim | IKMR

Segundo Chaim, crianças sírias não tem perspectivas de futuro por causa dos conflitos no Oriente Médio (Foto: Gabriel Chaim)

O fotógrafo paraense radicado em Dubai Gabriel Chaim passou 2 anos e meio visitando um campo de refugiados sírios na Jordânia. Do conflito no Oriente Médio Chaim tirou grandes lições, e pode traçar um paralelo entre as crianças órfãs da guerra e os “órfãos da riqueza” no Brasil. “Posso comparar com a falta de esperança, em viver um dia de cada vez. A única diferença é que as crianças largadas da Síria tem bombas estourando diariamente”, disse.

O resultado da expedição de Chaim poderá ser visitado na exposição Zaatari – Filhos da guerra, que abre nesta sexta-feira (10) em Belém . A mostra traz 25 fotos de médio formato, que registram o dia a dia de famílias marcadas pela guerra no maior campo de refugiados da Jordânia : segundo a ONU, cerca de 134 mil pessoas vivem no lugar, mas de acordo com o governo da Jordânia o número é ainda maior: 200 mil refugiados, que vivem em tendas, contêineres, usam cozinhas coletivas e dependem de alimentos doados após perderem tudo em bombardeios na Síria .  (veja vídeo acima) .

Durante o período em que visitou o campo de Zaatari, Chaim ouviu muitas histórias de sobreviventes. Segundo ele, o que mais chama atenção é a situação das crianças. “Cerca de 30% são orfãs, perderam seus pais na guerra da Síria. Outra coisa que chama atenção são as meninas, que desde muito novas procuram um casamento para tentar sair desta miséria”, diz o fotógrafo, que chegou a receber o pedido de uma jovem de 15 anos para que ele se casasse com ela. “Elas não tem perspectiva de futuro”, lamenta.

Um dos fotógrafos preferidos de Chaim, Robert Capa, transformou em arte a cobertura jornalística da guerra ao acompanhar os maiores conflitos do século XX, incluindo o desembarque das tropas aliadas em Omaha, na II Guerra Mundial. Ainda assim, o paraense prefere encarar o húngaro como inspiração, em vez de referência. “Já li várias coisas a respeito dele, mas eu não procuro me espelhar em seu trabalho. Procuro retratar da minha forma, com o meu olhar, para não criar influências e copiar estilos”, explica o fotógrafo, que já planeja a próxima expedição.

Serviço: 
Exposição “Zaatari – Filhos da Guerra”. Vernissage de abertura às 19h na galeria Gotaz, em Belém. Após a abertura, convidados podem participar de um bate-papo com o autor. A exposição fica em cartaz por 12 dias, e depois segue para Rio de Janeiro e São Paulo. As datas de exposição fora do Pará ainda não foram definidas.

Fonte: G1


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