Mais de 30.000 imigrantes originários de países africanos, com cartazes e faixas exigindo liberdade para compatriotas presos por Israel, protestaram este domingo na Praça Yitzhak Rabin, em Telavive, contra a nova legislação que permite a sua detenção, em regime semi-aberto, no sul do país, no deserto. Segundo a nova lei, votada em 10 de dezembro pelo parlamento israelita, os imigrantes clandestinos podem, sem aviso prévio, ser colocados no centro de detenção.
Desde a entrada em vigor da legislação, estima-se em mais de 300 o número de detenções, entre as quais de homens que tinham a seu cargo mulher e filhos. Em troca da sua libertação, cerca de doze, todos eritreus já aceitaram ser repatriados.
Walpurga Englbrecht, representante do ACNUR em Israel, numa mostrou-se “particularmente preocupada” com a nova lei que “parece operar como um centro de detenção de onde não há libertação. Tal significa, com efeito, detenção indefinida”.
Walpurga criticou a rotulagem dos migrantes como “infiltrados”, dizendo que a maioria eram refugiados ou merecia proteção internacional.
A representante do ACNUR instou Israel a procurar novas soluções, dizendo que a “armazenagem de refugiados “não estava em conformidade com a Convenção de Genebra de 1951, acrescentando, “Colocar os requerentes de asilo sob coação que pode forçá-los a optar por retornar sem serem examinados os seus pedidos de asilo pode constituir uma violação” da Convenção”.
Fonte: Refugiados