A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) conseguiu romper nesta quinta-feira o bloqueio e entrar no assediado campo de refugiados palestinos de Yarmouk, próximo a Damasco, onde repartiu 750 pacotes de alimentos entre a população.
“Até a primeira hora da tarde, conseguimos introduzir 750 pacotes com comida de uma carga total de 900,” disse à Agência Efe Sami Mshasha, porta-voz da agência da ONU para os refugiados palestinos em Jerusalém.
Após longos trâmites burocráticos, a ajuda foi recebida por 18 mil moradores do campo, que há um ano o governo sírio decidiu cercar alegando que tinha caído em mãos de grupos rebeldes. Com o passar dos meses, as condições de vida em Yarmouk se degradaram até o ponto que foi declarada região de catástrofe humanitária.
“Se são mantidas a permissão e as condições de segurança para os refugiados e o pessoal da UNRWA, esperamos poder manter a distribuição nos próximos dias”,
O comboio foi organizado pela UNRWA, pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e pela Autoridade Nacional Palestina (ANP), que hoje disse à Agência Efe que “está fazendo todo o possível” para ajudar os moradores do acampamento.
“Foi um trabalho coletivo em que várias partes foram envolvidas em um excelente trabalho coordenado no qual também contamos com a intervenção do governo sírio”, explicou Mshasha.
Chris Gunness, outro dos porta-vozes da UNRWA, informou que este o primeiro envio desde 21 de janeiro, data na qual foram recebidos 138 pacotes de comida.
“Esperamos que continue e aumente substancialmente a quantidade de ajuda entregue porque são milhares os que necessitam de assistência”, disse Gunnes, citado pela agência de notícias “Ma”an”.
Ontem, o Observatório Sírio de Direitos Humanos denunciou que, pelo menos, 85 pessoas morreram no campo por causa da escassez de remédios e alimentos desde que em julho de 2013 as forças do regime sírio impuseram o bloqueio.
Na terça-feira passada, a porta-voz da ONU, Corinne Momal-Vanial, afirmou que as agências humanitárias dependentes do organismo internacional estavam quase 10 dias sem ter acesso aos refugiados do campo.
Fonte: Exame