Duas altas funcionárias das Nações Unidas expressaram preocupação nesta quinta-feira (23) com relatos de violência em níveis alarmantes no estado de Rakhine, em Mianmar, incluindo a morte de mais de 40 civis e um policial.
A ONU recebeu relatos confiáveis de que em 9 de janeiro oito muçulmanos Rohingya foram atacados e mortos no vilarejo Du Chee Yar Tan por budistas Rakhine. Em 13 de janeiro, no mesmo vilarejo, um sargento da polícia foi capturado e morto por aldeões Rakhine. Na mesma noite, pelo menos 40 muçulmanos Rohingya – homens, mulheres e crianças – foram mortos por policiais e aldeões Rakhine.
A informação recebida pela ONU foi compartilhada com o governo, que negou os relatos.
“Peço ao governo do Mianmar que tome todas as medidas necessárias para garantir a proteção integral de todos os civis e permita o acesso seguro e contínuo da ajuda humanitária às áreas afetadas para avaliar as necessidades e fornecer ajuda emergencial a todos os afetados pela violência recente”, disse a subsecretária-geral para Assuntos Humanitários e coordenadora de Ajuda Humanitária da ONU, Valerie Amos.
Navi Pillay, a alta comissária da ONU para os direitos humanos, também condenou os acontecimentos recentes e pediu ao governo do Mianmar que investigue as denúncias confiáveis recebidas pela organização.
“Respondendo a estes incidentes de forma rápida e decisiva, o governo tem uma oportunidade de mostrar transparência e confiança, o que vai fortalecer a democracia e o Estado de Direito em Mianmar”, afirmou Pillay.
Os relatos também apontam que 10 homens Rohingya foram presos e há preocupações sobre o tratamento que estão recebendo. As duas altas funcionárias da ONU pediram ao governo que os direitos dos presos sejam respeitados.
Na semana passada, o relator especial das Nações Unidas sobre a situação dos direitos humanos no país, Tomás Ojea Quintana, denifiu a situação dos direitos humanos no estado de Rakhine, onde mais de 110 mil pessoas foram deslocadas pela violência entre muçulmanos e budistas, como uma das ameaças mais sérias ao processo de reforma democrática e reconciliação nacional do país.
Fonte: ONU