A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos alertou grupos armados da oposição na Síria de que assassinatos cometidos violam a lei internacional e podem ser considerados crimes de guerra.
Navi Pillay nota o aumento das execuções em massa no norte do país, ocorridas nas últimas duas semanas, com a morte de civis e de combatentes em Alepo, Idlib e Raqqa.
Segundo o Escritório da ONU de Direitos Humanos, as execuções teriam sido realizadas por militantes da oposição, especialmente do grupo Estado Islâmico do Iraque e da Síria, Isis.
Em Genebra, o porta-voz de Pillay, Rupert Colville, explicou que as vítimas eram prisioneiros, pessoas que foram capturadas e executadas.
De acordo com a alta-comissária, é difícil checar o número exato de mortos, mas testemunhas sugerem que os civis e combatentes estavam sob custódia de “grupos de extremistas armados da oposição.”
No dia 8 de janeiro, foram encontrados vários corpos num hospital de Alepo, e as vítimas tiveram suas mãos atadas e os rostos cobertos com capuz. Navi Pillay afirma que o local estava sendo usado como base da milícia Isis.
A alta comissária lembra aos dois lados em conflito na Síria, governo e oposição, que a lei internacional proíbe qualquer tipo de assassinato, mutilação, tratamento cruel e tortura, em qualquer caso e circunstância.
Também esta quinta-feira, o enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, lamentou a decisão do Comitê de Coordenação Nacional de não participar da Conferência de Paz sobre a Síria na próxima semana.
O grupo faria parte da delegação da oposição síria, mas não estará no encontro que começa dia 22 na cidade suíça de Montreux.
Brahimi ligou para o presidente do grupo, Hassan Abdel-Azim e disse a ele que respeita a decisão, apesar de lamentar profundamente a ausência do Comitê no encontro.
O enviado especial está confiante de que o grupo irá continuar trabalhando pelo retorno da paz e da criação de uma “Síria nova e democrática.”
*Apresentação: Leda Letra.
Fonte: Rádio ONU