Refugiada síria no Líbano completa 100 anos de idade e sonha em voltar para casa

terça-feira, janeiro 14, 2014

Refugiada síria no Líbano completa 100 anos

Hallum Al-Amin, refugiada síria, vive com a família na aldeia de Qalawayeh, perto da cidade de Tyre, no Líbano (Foto: Mahmoud Zayyat/AFP)

Hallum Al-Amin acaba de completar 100 anos de idade. A comemoração, no entanto, aconteceu longe de sua casa. No ano passado, fugindo da guerra civil que já dura quase três anos na Síria, Hallum deixou sua cidade, Idlib, para tornar-se uma refugiada no Líbano.

“Eu tenho medo de morrer longe de minha terra”, disse à agência de notícias AFP poucos dias depois de celebrar seu 100º aniversário, na aldeia de Qalawayeh, perto da cidade de Tyre, no sul do Líbano.

“O meu coração está aqui com os meus filhos, mas minha mente está lá, em Idlib”, continuou ela. A cidade, que fica no noroeste da Síria, está entre as províncias mais afetadas pelo conflito que já matou mais de 130 mil pessoas desde março de 2011.

“Estou esperando a hora em que nós poderemos voltar para a Síria”, continuou ela. “Estou feliz por estar com os meus filhos e netos, mas minha alegria será ainda maior quando eu voltar”, afirmou.

A idade avançada prejudicou sua audição e lhe causou diversos problemas na coluna, mas a memória de Hallum está praticamente intacta e ela consegue dizer os nomes de todos os seus 13 netos.

“Teria sido melhor para mim ficar na Síria, apesar do que estava acontecendo e de toda a pobreza”, diz. Hallum relutou tanto em deixar a Síria que sua família chegou a partir sem ela. Mais tarde, porém, ela foi convencida a deixar o país e se juntar à sua família novamente.

“Estávamos desesperados para tirá-la da Síria porque a situação lá se tornou extremamente perigosa”, disse Ahmed al-Ahmed, 25, um de seus netos.  “É nosso dever proteger a nossa avó. Nós gostamos de tê-la aqui conosco e retribuir um pouco da ternura que ela nos deu.”

Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), mais de 860 mil sírios se refugiaram no Líbano desde a guerra começou, mas o número é provavelmente muito maior.

Hallum não a sabe a data exata de aniversário, sabe apenas que nasceu em 1914. A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) fixou a data de seu aniversário em 1º de janeiro, e Hallum pode então comemorar seu centenário.

“Uma vida longa que culmina com uma história de deslocamento. Esperamos que isso não dure muito tempo”, afirma Ahmed.

Fonte: UOL


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