Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em visita ao campo de refugiados em Kawrgosik, no Curdistão iraquiano. Foto: ONU/Eskinder Debebe
Em visita aos refugiados sírios no norte do Iraque, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, classificou como “de partir o coração” o que viu no campo de Kawrgosik e se disse entristecido por ver tantas crianças, mulheres e pessoas vulneráveis sofrendo desta “tragédia feita pelo homem”.
Além de Ban, o alto comissário para Refugiados, Antonio Guterres, e a subsecretária-geral para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, estão na região para a conferência humanitária de doadores para a Síria, que será presidida pelo secretário-geral nesta quarta-feira (15) na cidade do Kuwait.
A conferência pretende arrecadar 6,5 bilhões de dólares ao longo de 2014 para os deslocados sírios e aqueles que buscam refúgio em países vizinhos, incluindo o Iraque. Deste valor, 542 milhões serão aplicados em ações humanitárias no Curdistão e em apoio às comunidades locais, de acordo com Guterres.
“Estou aqui para enviar nossa forte solidariedade e apoio a todos os refugiados que vieram da Síria, em nome das Nações Unidas e da comunidade internacional. Também estamos aqui para escutar as preocupações e aspirações de todos os refugiados”, disse Ban.
O Governo Regional do Curdistão abriga mais de 220 mil refugiados sírios e foi elogiado pelo secretário-geral por “seu comprometimento com os princípios humanitários” ao estabelecer campos de refugiados, locais de trânsito e um corredor humanitário para o nordeste da Síria.
Em uma reunião privada em Erbil com o presidente da região do Curdistão, Massoud Barzani, e o primeiro-minisro, Nechirvan Barzani, Ban pediu ao governo que mantenha a fronteira aberta para os que fogem do conflito.
Na próxima semana, em Genebra, Suíça, o secretário-geral e o representante especial conjunto da ONU e da Liga dos Países Árabes para a Síria, Lakhdar Brahimi, sediarão uma conferência com mais de 30 nações, incluindo o Brasil, para buscar uma solução política para o conflito na Síria. Desde março de 2011, quando começou o levante contra o presidente, Bashar Al-Assad, mais de 100 mil pessoas foram mortas no país.
“Eu sinceramente espero que, com a solidariedade da comunidade internacional e forte apoio para um processo de paz conduzido pela Síria, estes refugiados possam retornar às suas casas com esperança e dignidade”, afirmou Ban.
Fonte: ONU
