As discussões sobre as questões humanitárias na Síria “não produziram muita coisa” no terceiro dia de conversas na conferência Genebra II, disse o representante especial conjunto das Nações Unidas e da Liga dos Estados Árabes, Lakhdar Brahimi, acrescentando que “ainda há esperança”.
“Na parte da manhã, discutimos um documento apresentado pelo governo sobre alguns princípios gerais, a maioria já na Declaração de Genebra”, disse ele, na segunda-feira (27). “E amanhã vamos falar sobre a Declaração de Genebra em si e ver se podemos começar o debate.”
No último final de semana, as discussões se concentraram em obter ajuda humanitária para a cidade de Homs e em permitir que os civis deixem o local imediatamente.
O governo sírio concordou que mulheres e crianças saiam “imediatamente”, mas pediu uma lista de nomes dos homens antes de deixar o resto dos civis passarem.
A ideia é que, se for possível fazer acordos sobre questões humanitárias, os envolvidos na guerra poderiam se aproximar para discutir os desafios políticos do país.
Sobre os comboio de alimentos, um tema que deveria ter sido discutido pelo prefeito de Homs, seus assessores e o governo em Damasco na segunda-feira (27), ainda “não há nenhuma decisão para deixá-los entrar”, informou Brahimi.
Dos mais de 9,3 milhões de pessoas na Síria que necessitam de ajuda humanitária, mais de 2,5 milhões vivem em áreas onde o acesso é seriamente limitado ou inexistente, como Homs.
Desde o início do conflito em março de 2011, mais de 100 mil pessoas foram mortas e quase 10 milhões expulsas de suas casas.
“Minha expectativa sobre esta conferência é que a guerra injusta vai parar. Mas eu sei que isso não vai acontecer hoje ou amanhã ou na próxima semana”, afirmou Brahimi, acrescentando que apesar da falta de progresso, há “vontade para continuar estas discussões”.
O objetivo da conferência é alcançar uma solução política para o conflito através de um acordo global entre os dois lados para a plena implementação do comunicado de Genebra, adotado após a primeira reunião internacional sobre o assunto no dia 30 de junho de 2012.
O comunicado estabelece passos-chave para acabar com a violência. Dentre eles, o estabelecimento de um governo de transição com plenos poderes executivos e composto por membros do atual governo, da oposição e de outros grupos.
Fonte: ONU