Enquanto líderes mundiais se reúnem em Montreux, na Suíça, em busca de uma solução política para a crise na Síria, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) pediu tanto para o governo sírio quanto para seus opositores para facilitar a chegada de ajuda humanitária urgente no campo de refugiados de Yarmouk.
Cerca de 18 mil pessoas estão sitiadas no local há meses sem comida, acesso a serviços médicos e eletricidade. Antes do início do conflito na Síria, Yarmouk abrigava 160 mil palestinos, porém, desde dezembro de 2012, quando forças opositoras ao governo se tornaram presença constante na área, pelo menos 140 mil pessoas fugiram com medo dos combates que tomaram conta do local.
“A UNRWA fez outra tentativa de entregar alimentos na terça-feira (21), mas depois de esperar durante todo o dia, foi autorizada a entregar apenas 26 cestas básicas, o que significa que nós entregamos cestas básicas para apenas algumas centenas de pessoas”, afirmou o porta-voz da agência, Chris Gunness, na quarta-feira (22), acrescentando que esta é uma “gota no oceano”, considerando o nível de ajuda necessária para os moradores de Yarmouk.
A agência está trabalhando com o governo sírio para aumentar a distribuição de ajuda humanitária no local. Inúmeras tentativas foram feitas ao longo dos últimos quatro meses, quando organizações internacionais tentaram levar comida, ajuda médica para crianças, mulheres e idosos desnutridos.
O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH) disse, na semana passada, que há relatos de mortes em Yarmouk devido à fome, consumo de comida estragada e escassez de material médico para atender grávidas e crianças e idosos doentes. A situação é agravada pela falta de eletricidade, escassez grave de água e combates e ataques aéreos esporádicos.
Gunness informou que os funcionários da UNRWA enfrentaram atrasos, interrupções e obstáculos ao tentar entregar ajuda humanitária à Yarmouk nos últimos dias. Apesar disso, a agência continuará em contato com o governo e se esforçando para fornecer o máximo de ajuda possível.
Fonte: ONU