Aumentou 40% o número de deslocados na capital da República Centro-Africana desde 24 de dezembro. O dado foi divulgado pelo Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) nesta segunda-feira (6).
Bangui tem agora mais da metade da população deslocada que, de acordo com comunicado do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) divulgado na sexta-feira (3), é de mais de 935 mil pessoas. O conflito já faz com que 2,2 milhões de pessoas precisem de ajuda humanitária no país de 4,5 milhões de habitantes.
A insegurança tem limitado seriamente o acesso de agências humanitárias e a falta de financiamento está prejudicando as operações da ONU e seus parceiros.
“As pessoas estão se escondendo no mato, temendo novos ataques ”, disse o porta-voz do ACNUR, Babar Baloch, em Genebra. “Ataques contra civis, saques e a presença de grupos armados irregulares em áreas de deslocamento estão limitando seriamente o acesso das agências humanitárias àqueles em necessidade de assistência urgente.”
A situação se deteriora e as distâncias entre Bangui e os locais onde as pessoas estão deslocadas, associadas à péssima infraestrutura viária, torna muito difícil para o ACNUR chegar às vítimas do conflito .
O ACNUR está ampliando sua presença no país. Desde o último domingo a agência da ONU organizou transporte aéreo de veículos e itens de ajuda como tendas, cobertores e lençóis de plástico de seus armazéns regionais. A distribuição de materiais de abrigo e outros itens de ajuda é mais desafiadora, segundo Baloch, dado o número crescente de famílias necessitadas.
Mais de 510 mil pessoas estão atualmente abrigadas em 67 diferentes locais em Bangui, ou vivendo com famílias. Isso representa mais que a metade de toda a população da cidade. Cerca de 60% destes deslocados são crianças.
Fonte: ONU