Secretário-Geral elogiou o reinício das negociações entre governo e oposição sírios; ele afirmou que a comunidade internacional continua pressionando por uma solução no Sudão do Sul; chefe da ONU alerta sobre piora da situação na República Centro-Africana.
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que 2014 começou com muitas crises de uma só vez.
Ban fez a declaração a jornalistas na sede das Nações Unidas, em Nova York. Ele falou sobre Síria, Sudão do Sul e República Centro-Africana.
Governo e Oposição
O chefe da ONU elogiou o reinício das negociações entre representantes do governo da Síria e da oposição, em Genebra. Ele mencionou a dificuldade de se alcançar um progresso no campo político, mas deixou claro que todos devem aproveitar esses modestos avanços iniciais.
Ban elogiou também a extensão da trégua humanitária em Homs. Segundo o Secretário-Geral, o objetivo da ONU é enviar mais ajuda e retirar o maior número de civis da região.
Ele explicou que as pessoas que estão recebendo assistência em Homs representam apenas uma pequena parcela dos que estão sitiados no país. Para o chefe das Nações Unidas, a comunidade internacional tem de continuar pressionando por um cessar-fogo.
Ban disse que isso vai facilitar o acesso humanitário e melhorar o ambiente para um avanço em relação a uma solução política para a Síria.
Sudão do Sul
No Sudão do Sul, ele afirmou que a ONU continua pressionando as partes envolvidas no conflito a resolverem suas diferenças à mesa de negociações. Para o Secretário-Geral, é importante que as conversações incluam também a sociedade civil e não somente os líderes sul-sudaneses.
Ele explicou que as Nações Unidas continuam protegendo 75 mil pessoas refugiadas em várias bases da Unmiss, Missão da ONU no país. As condições são extremamente difíceis mas milhares de sul-sudaneses estão vivos hoje pela decisão da ONU de abrir os portões e acolher os civis.
Ban Ki-moon afirmou que os líderes do país precisam restaurar o clima de boa vontade, não só na região mas também no exterior. O foco deles, segundo o chefe da ONU, deve estar na “construção de um Estado e de recolocar o país de volta nos trilhos”.
República Centro-Africana
O Secretário-Geral fez um alerta sobre a República Centro-Africana dizendo que a situação no país continua piorando.
Ele disse que cristãos e muçulmanos têm sido assassinados e forçados a fugir de suas casas. A violência sectária está mudando a demografia do país.
Ban afirmou ainda que a resposta internacional para combater o problema não atingiu o nível de gravidade da situação. Ele declarou que o mundo precisa fazer mais para evitar atrocidades, proteger a população civil e restaurar a lei e a ordem.
Além disso, a comunidade internacional deve fornecer mais assistência humanitária e manter o país unido. A resposta, segundo ele, deve ser robusta com o envio de uma força militar e deve ser também coerente, com todos trabalhando juntos e rápida, para prevenir uma tragédia.
Conselho de Segurança
Ban elogiou a decisão do Conselho de Segurança de reforçar a Missão Política da ONU no país, Binuca. Ele citou ainda a ideia de transformar a Missão Militar da União Africana, Misca, na República Centro-Africana, numa operação de paz das Nações Unidas.
Além da questão da segurança, o Secretário-Geral disse que a ONU continuará apoiando os esforços para promover a reconciliação, monitorar os direitos humanos e estabelecer tribunais móveis para aplicação da justiça.
Ban disse que todos devem trabalhar juntos para salvar vidas na República Centro-Africana. Ele deixou claro que a comunidade internacional deve agir de forma organizada para evitar a continuação das atrocidades em escala maciça.
Fonte: Rádio ONU