Na manhã desta quinta-feira, 06 de fevereiro, durante coletiva de imprensa do Conselho Episcopal Pastoral (Consep), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Cáritas Brasileira lançaram uma campanha de solidariedade ao povo sírio. As doações arrecadadas serão remetidas à Cáritas Internacional para que esta possa seguir com as ações de socorro na Síria e nos países vizinhos, como Líbano, Jordânia, Iraque, Turquia e Bulgária, onde estão cerca de 2 milhões de refugiados.
No Brasil, a campanha começa hoje, mas, desde 2011, a ação de solidariedade está em andamento, quando foi lançada pela Cáritas Internacional. Aos poucos, foi recebendo a adesão de outros países interessados em colaborar.
Além da arrecadação de fundos, as Cáritas, com sedes em São Paulo, Rio de Janeiro e Manaus, fazem trabalhos com os refugiados que chegam a essas cidades. É feito um trabalho de proteção (parte jurídica), assistência social (primeiro acolhimento), integração (curso de português) e assistência psicológica.
Larissa Leite, da Cáritas Arquidiocesana de São Paulo, conta que, a cada dia, chegam mais refugiados sírios à cidade. “Antes, chegavam algumas família e elas tinham um pouco de condição. Atualmente, chegam pessoas todos os dias, famílias inteiras, mulheres grávidas, homens que foram torturados, presos, que presenciaram bombardeios; e eles chegam imaginando que aqui vão receber alguma ajuda financeira. Um homem chegou a se despir para mostrar todas as cicatrizes e ‘comprovar’ que ele precisava de ajuda. Na verdade, eles chegam precisando de tudo, de tratamento médico, psicológico e ajuda econômica, mas o que podemos fazer de imediato é a oferta de um pequeno valor em dinheiro, cesta básica, roupa e kits de higiene. A comunidade síria em São Paulo também tem colaborado”.
Larissa conta que quando conseguem transpor a barreira do idioma, pois eles só falam árabe, as narrativas que escutam são de violência generalizada.
Histórico
Desde 1962, a Síria país vive em estado de emergência, mas, apenas em 2011, com o aumento da repressão por parte do governo, a população começou a se levantar para exigir seus direitos por meio de uma nova legislação. O governo do presidente Bashar al-Assad tentou acabar com os protestos e enviou tropas do Exército para as regiões consideradas mais problemáticas, o que acabou provocando uma verdadeira carnificina, com a morte de milhares de civis e militares. No dia 1º de junho de 2013, Bashar al-Assad declarou que a Síria estava em estado de guerra.
Estima-se que o confronto tenha deixado um rastro de mais de 100 mil mortos. Além disso, 6 milhões de pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas e mais de 2 milhões estão refugiados em outros países.
O sofrimento enfrentado pela população desse país do Oriente Médio também passa por crises econômicas, deterioração do padrão de vida, situação de vulnerabilidade dos direitos humanos, redução do apoio do governo às classes mais pobres e índices de desemprego que chegam a 25% da população. A partir do agravamento da repressão e da situação socioeconômica, a Síria passou a chamar a atenção de organizações e entidades de várias partes do mundo, que estão se mobilizando para aliviar a situação de necessidade enfrentada hoje.
As contribuições podem ser feitas em qualquer quantia.
Banco do Brasil
Agência: 3475-4
Conta corrente: 29.596-5
Caixa Econômica Federal
Agência: 1041
Conta Corrente: 3.078-4
Operação: 003
Bradesco
Agência: 0606-8
Conta Corrente: 3.649-8
Para DOC e TED, o CNJP da Cáritas Brasileira é 33654419/0001-16