A segunda rodada de negociações para a paz na Síria chegou ao fim neste fim de semana e o representante especial conjunto da ONU e da Liga Árabe para o país, Lakhdar Brahimi, pediu desculpas ao povo sírio pela falta de progresso para acabar com a crise, ressaltando que as partes envolvidas no conflito devem refletir se elas querem participar efetivamente ou não nas discussões.
Ainda não há uma data específica para o início da próxima rodada de negociações, mas tanto o governo quanto a oposição já possuem uma agenda para os futuros diálogos.
Muito pouco foi atingido nessa segunda parte das negociações. Apesar disso, a ONU e o Crescente Vermelho Sírio conseguiram acesso às milhares de pessoas sitiadas na cidade de Homs, distribuíram comida e vacinas. Mulheres, crianças e idosos também puderam sair da cidade e procurar refúgio em um lugar mais seguro.
Quanto aos próximos passos, Brahimi disse que governo e oposição concordaram com a proposta de que uma nova rodada de negociações vai incidir sobre a violência e o terrorismo, um governo de transição, instituições nacionais e reconciliação nacional.
Porém, ele reconheceu que o principal ponto de discórdia ainda persiste: o governo considera que a questão mais importante a ser discutida é o combate ao terrorismo e a oposição considera que a questão mais importante é a formação de uma autoridade de governo de transição.
“Nós sugerimos que o primeiro dia seja definido para discutir sobre o fim da violência e combater o terrorismo e o segundo dia seja reservado para uma discussão sobre o órgão do governo de transição”, explicou Brahimi, deixando claro, porém, que um dia não será tempo suficiente para concluir as discussões sobre um ou outro problema e que “infelizmente o governo recusou-se [a discutir esta abordagem], o que levanta a suspeita da oposição para o fato de as autoridades não quererem um governo de transição”.
Brahimi disse ter esperança de que ambos os lados reflitam sobre o assunto e se engajem para implementar o Comunicado de Genebra de 2012, um plano de ação para formar um governo de transição no país, que lideraria eleições livres e justas.
Desde o levante contra o presidente Bashar Al-Assad em março de 2011, mais de 100 mil pessoas foram mortas. Calcula-se que 9,3 milhões de pessoas necessitem de assistência humanitária urgente – incluindo 3,1 milhões de crianças. Desse total, 6,5 milhões são deslocados internos. Há mais de 2,3 milhões de refugiados sírios nos países vizinhos e Norte da África.
Fonte: ONU