Um novo estudo da ONU revela que cercos impostos tanto pelo governo da Síria quanto pelos grupos armados da oposição resultaram na morte de civis e em grande sofrimento para a população.
Pelo menos 240 mil pessoas continuam sitiadas em várias regiões da Síria. O levantamento é do escritório da Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos. O estudo traz dados sobre a área rural de Damasco e as cidades de Damasco, Homs e Aleppo.
600 Dias
Navi Pillay cita a situação na cidade Velha de Homs, já que recentemente, várias famílias foram finalmente retiradas da área. Segundo Pillay, os civis ficaram sitiados por mais de 600 dias.
A alta comissária destaca que o estudo mostra que essas pessoas estão sob “miséria absoluta” e manter essa população com fome está sendo usada como tática de guerra.
Pillay lembra que privar os civis de bens essenciais para sobrevivência é proibido pela lei internacional dos Direitos Humanos. O estudo afirma que governo e oposição impedem o movimento de pessoas e bens por meio de barricadas e pontos de checagem.
Mortes
Só em Ghouta, mais de 173 mil pessoas estão cercadas. Nos casos de áreas sitiadas por imposição do governo, há relatos de bombardeios que chegaram a causar mortes.
Por meio de entrevistas via Skype, vários civis sitiados na Síria contaram um pouco sobre a situação. Um ortopedista da cidade velha de Homs disse que ele não consegue realizar cirurgias simples e por isso, em alguns casos os pacientes ficaram paralíticos.
Também esta quarta-feira, a Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, expressou “choque” com o assassinato de 18 pessoas no sul da Síria.
A Unrwa deplorou a explosão perto de uma escola para refugiados em Muzeiribi. Entre os mortos pelo ataque estão cinco crianças palestinas refugiadas na Síria e um funcionário da agência. Dezenas de pessoas também ficaram feridas.
*Apresentação: Leda Letra.
Fonte: ONU