Organização estima que 200 mil pessoas estejam isoladas em áreas controladas pelo governo e outras 45 mil em regiões ocupadas pela oposição; documento, aprovado por unanimidade, lembra proibição do uso da fome como método de combate.
O Conselho de Segurança aprovou, este sábado, uma resolução que exorta a todas as partes do conflito sírio a levantar imediatamente o cerco às áreas povoadas no país.
De forma unânime, os 15 Estados-membros exigem que seja permitida a prestação de auxílio humanitário incluindo assistência médica, e que se deixe de privar os civis de alimentos e de medicamentos indispensáveis para a sua sobrevivência.
Sofrimento
Na reunião, o Secretário-Geral Ban Ki-moon disse que caso a resolução seja implementada deverá aliviar o sofrimento dos civis.
O chefe da ONU afirmou que o documento não deveria ser necessária pelo facto de a assistência humanitária não se negociar. Ban disse que esta deve ser permitida no âmbito do Direito Humanitário. Para o responsável, o mais chocante é que o cerco de civis é usado como tática de combate, quando 200 mil pessoas estão em áreas controladas pelo governo e outras 45 mil sitiadas em partes ocupadas pela oposição.
Locais Sitiados
O documento especifica locais isolados na cidade velha de Homs, Alepo além de áreas rurais da capital Damasco incluindo Yarmouk.
O órgão classifica como inaceitável a escalada da violência que provocou a morte de mais de 100 mil pessoas, incluindo mais de 10 mil crianças, durante os cerca de três anos de confrontos entre forças do governo e da oposição.
Acordo
A resolução exige que as partes permitam a evacuação imediata, rápida, segura e sem obstáculos de todos os civis que queiram sair dos locais cercados, ao ressaltar a necessidade de um acordo sobre as pausas humanitárias.
O texto menciona que mais de 3 milhões de pessoas estão em áreas de difícil acesso. Outros 2,4 milhões fugiram para os vizinhos Líbano, Jordânia, Turquia, Iraque e Egito.
Para o órgão, tal entendimento deve prever dias de tranquilidade, cessar-fogo localizado e tréguas para permitir o acesso seguro e irrestrito das agências humanitárias a todas as áreas afetadas. O Conselho lembra ainda a proibição, pelo Direito Internacional Humanitário, do uso da fome como método de combate
Rotas Diretas
Aos envolvidos no conflito, e particularmente às autoridades sírias, o documento quer que permitam o ” acesso imediato, rápido, seguro e sem obstáculos para as agências humanitárias das Nações Unidas e os seus parceiros.”
As vias destacadas incluem linhas de conflito ou através das fronteiras, para que seja garantido que a ajuda humanitária chegue às pessoas necessitadas através da maioria das rotas diretas.
Fonte: Rádio ONU