ACNUR solicita apoio para refugiados na RCA e no Sudão do Sul

sexta-feira, março 7, 2014

etiopiaO Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) lançou um apelo para um maior apoio para responder às necessidades das pessoas que fogem as crises na República Centroafricana (RCA) e no Sudão do Sul, em particular os que chegaram ao Tchad, aos Camarões e à Etiópia.

“Lançamos um apelo aos nossos parceiros e aos Governos destes países para ajudar a acelerar a ajuda às populações que, embora relativamente pouco numerosas, têm necessidade urgente de assistência”, indicou, terça-feira, a porta-voz do ACNUR, Melissa Fleming, durante uma conferência de imprensa.

Sublinhando que as crises no Sudão do Sul e na RCA provocaram uma das situações mais importantes para os refugiados e as pessoas deslocadas internas (PDI) que África registou nestes últimos anos, Fleming indignou-se que esta situação fez deslocar à força cerca de um milhão e 800 mil pessoas na região dotadas de magros meios de acolhimento.

Ela revelou que no Sudão do Sul encontram-se actualmente mais de 739 mil pessoas deslocadas internas além de 196 mil e 921 refugiados nos países vizinhos. A porta-voz do ACNUR revelou igualmente que se estima que até junho de 2014 cerca de três milhões e 200 mil pessoas poderão ter necessidade de ajuda humanitária, enquanto a segurança alimentar já é difícil.

Ela revelou que a RCA conta actualmente 701 mil e 500 pessoas deslocadas internas e 290 mil e 801 que fugiram os países como refugiados e onde mais de metade dos quatro milhões e 600 mil habitantes do país têm necessidade urgente de ajuda humanitária.

“No Tchad, nos Camarões e na Etiópia, entre outros, os refugiados continuam a afluir e os esforços de ajuda para os refugiados que fogem estes conflitos devem imperativamente ser reforçados”, sublinhou Fleming. As Nações Unidas anunciaram que os fundos para as necessidades da RCA e do Sudão do Sul estão “muito abaixo das necessidades”.

No total, as Nações Unidas e os seus parceiros buscam 551 milhões de dólares americanos para o seu plano de intervenção estratégica de 2014 a favor da RCA e um bilião e 270 milhões de dólares americanos até junho de 2014 para o Sudão do Sul.

Revelando as necessidades crescentes dos refugiados centroafricanos no Tchad, o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) solicitou recursos acrescidos para ajudar a maioria das mulheres e crianças que fugiram as suas casas com pouco ou sem bens.

O Coordenador Humanitário das Nações Unidas no Tchad, Thomas Gurtner, sublinhou que a maioria dos refugiados está ferido, traumatizado, doente ou sofre de desnutrição e que há perto de mil crianças que estavam não acompanhadas ou separadas das suas famílias.

“O mundo deve prestar uma maior atenção à tragédia humana”, preveniu Gurtner, felicitando o Governo do Tchad, as agências onusinas e os parceiros humanitários por fazerem o seu melhor.

Mas, todos os atores esgotaram as suas reservas e carecem de recursos, explicou, indicando que apenas fundos acrescidos permitirão cobrir as necessidades humanitárias mais urgentes. O Programa Alimentar Mundial (PAM) anunciou que pretende ajudar 150 mil pessoas no Tchad no quadro duma operação de emergência num período de seis meses.

Fonte: @Verdade


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