Alerta da ONU para aumento do terror

sábado, março 8, 2014

Refugiados africanos

Fotografia: AFP

António Guterres lançou o alerta no Conselho de Segurança das Nações Unidas, no dia em que o ministro das Relações Exteriores da República Centro Africana pediu à ONU que aprovem “com urgência” uma força de paz “para deter os assassínios” no seu país.

O ACNUR referiu que “as forças terroristas que estão presentes noutras partes do continente” podem alargar a acção a toda a região.

“A maioria dos muçulmanos foi expulsa da metade ocidental da República Centro Africana, devastada por conflitos internos e onde milhares de civis correm o risco de serem mortos diante dos nossos olhos”, afirmou António Guterres.

Dezenas de milhares de muçulmanos, disse, deixaram o país no segundo fluxo de refugiados da crise actual e os que restam estão sob ameaça permanente.

Na semana passada, sublinhou, havia cerca de 15 mil muçulmanos presos em 18 locais na zona ocidental rodeados por elementos antibalaka e em risco de serem atacados.  O responsável das Nações Unidas para os refugiados referiu que ao visitar a República Centro Africana ficou preocupado com a hipótese do país ser dividido.

António Guterres salientou que as autoridades da República Centro Africana e o mundo “devem reconhecer que reconstruir um Estado desaparecido vai além da restauração da calma e da realização de eleições”. O Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados disse que os mais de 290 mil centro-africanos refugiados em países vizinhos vivem com a falta de recursos e de infra-estruturas e que as agências humanitárias tentam chegar às áreas remotas antes do corte dos acessos durante a época chuvosa que se aproxima.

“As forças internacionais estão presentes em alguns locais, mas se não for enviada de imediato mais segurança muitos desses civis correm o risco de serem mortos diante de nossos olhos”, concluiu.

Na véspera, a Agência das Nações Unidas  para os Refugiados  pediu o reforço da segurança de mais de 15 mil pessoas em 18 localidades no noroeste e sudoeste da República Centro Africana cercadas por grupos armados.

O porta-voz da ACNUR alertou que aquelas populações “correm riscos de ataque iminente” e que embora a violência tenha atingido todas as comunidades na RCA, “a maioria que está presa é formada por muçulmanos ameaçados por milícias anti-Balaka”. A subsecretária-geral da ONU para a Assistência Humanitária, Valerie Amos, chamou a atenção para os mais de 650 mil deslocados internos na República Centro Africana, 232 mil dos quais em Bangui, 70 mil no aeroporto principal e milhares que têm na fuga “a única opção”.

Fonte: Jornal de Angola


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