A Comissão Internacional de Inquérito que investiga violações dos direitos humanos na República Centro-Africana chega ao país esta terça-feira.
O grupo foi estabelecido pelo Conselho de Segurança e tem o mandato de checar relatos de violações, coletar provas e informações e ajudar a identificar os responsáveis por tais abusos.
Instabilidade
Nesta segunda-feira, em Genebra, o presidente da comissão afirmou que o aumento do discurso de ódio e o colapso da lei e da ordem na República Centro-Africana podem anteceder sérias violações dos direitos humanos, incluindo o genocídio.
Bernard Acho Muna destacou que o país já passou por vários períodos de instabilidade política e de violência. Ele espera que a comissão seja o “início do fim da impunidade no país”.
Muçulmanos e Cristãos
O presidente do grupo explicou que serão ouvidos refugiados, muçulmanos e cristãos que fogem dos conflitos. Acho Muna acredita que a história desses civis irá ajudar a entender melhor a situação no país.
Acho Muna afirma já ter ouvido relatos de genocídio, e pela experiência em Ruanda, o discurso de ódio está sendo utilizado na República Centro-Africana.
Segundo o presidente da Comissão de Inquérito, está implícito no mandato do grupo avaliar como interromper qualquer progresso em direção ao genocídio.
Recomendações
A Comissão fará recomendações ao Conselho de Segurança sobre as atuais mensagens de ódio. Um relatório inicial sobre a visita à República Centro-Africana deve ser entregue ao órgão daqui a seis meses.
As Nações Unidas calculam que milhares de pessoas morreram durante os conflitos no país e que 2,2 milhões de pessoas, metade da população, precisam de ajuda humanitária
Fonte: Rádio ONU