O governador do Baixo Shabelle, Abdulkadir Mohamed nur Siidii, disse que, pelo menos um civil morreu nos confrontos, dois soldados da força da africana e dois do Governo somali foram feridos, e um número não especificado de rebeldes foram mortos.
Durante o fim-de-semana, as forças governamentais, apoiadas por soldados etíopes, tomaram várias cidades estratégicas nas regiões do sudoeste, em Bakool e Gedo.
Um comandante militar indicou que mais de 30 rebeldes e três soldados foram mortos nos confrontos e o porta-voz militar da União Africana, coronel Ali Aden Haamud, confirmou a captura de Buurdhuubo, importante base Shebab durante os últimos seis anos.
O Governo intensificou a ofensiva contra o grupo rebelde depois do ataque shebab ao palácio presidencial, em Mogadíscio, que provocou 12 mortes. Os rebeldes shebab já foram expulsos da maioria das cidades e vilas, mas ainda controlam grandes porções do território no sul e centro do país.
“Progressos mistos”
A ONU anunciou “progressos mistos” na Somália, que deve continuar a merecer prioridade da comunidade internacional.
Ao apresentar um relatório do Secretário-Geral da organização sobre a Somália ao Conselho de Segurança, o enviado de Ban Ki-moon ao país disse que “apesar das metas visíveis do governo, subsistem questões críticas como a reconciliação nacional, o federalismo, a conclusão do processo constitucional e a reconstrução da nação do Corno de África”.
Nicholas Kay referiu como exemplo o desalojamento de 3.700 pessoas que chegaram à cidade de Baidoa, no centro-sul, devido ao receio de ataques, e considerou haver ainda um longo caminho a percorrer até à estabilização. A Somália e os somalis precisam desesperadamente mais segurança, o que disse acreditar “vigorosamente” seja alcançado com um esforço colectivo. “A reconciliação nacional deve ser acelerada e estabelecido o estado federal para a criação de uma estrutura coesa no país”.
O enviado da ONU voltou a pedir o apoio urgente da comunidade internacional para o país, “que deve contar ainda com 2,9 milhões de pessoas carentes de assistência humanitária essencial”.
O embaixador da Somália junto da ONU disse recear que os insurgentes voltem a infiltrar-se em áreas recuperadas das milícias al-Shabab, o que pode acontecer “se não houver apoio para assegurar que os rebeldes não voltem para as áreas consideradas seguras”. E dissse concordar e endossar o trabalho das forças da União Africana e da Missão da ONU na Somália.
O relatório de Ban Ki-moon refere que a Somália tenta lidar com os cerca de 22 mil refugiados retornados, incluindo recém-deportados da Arábia Saudita, e que está prevista a chegada de mais 32 mil pessoas ao país a partir de Riade.
O documento do secretário-geral da ONU constata, igualmente, a falta de progressos na criação de um grupo nacional para lidar com a violação de direitos humanos para conter abusos, com destaque para os casos de violência sexual.
Fonte: Jornal de Angola