Khaled Hosseini visita refugiados sírios no Iraque e pede mais apoio global

sexta-feira, março 28, 2014

embaixador da boa vontade

O embaixador da Boa Vontade do ACNUR, Khaled Hosseini, conseguiu uma “visão de pássaro” do campo de refugiados de Darashakran durante uma visita para encontrar-se com refugiados sírios na região do Curdistão, no norte do Iraque.

Autor de best-sellers e Embaixador da Boa Vontade do ACNUR, Khaled Hosseini, pediu à comunidade internacional mais ajuda para os milhares de refugiados sírios que vivem nos campos de refugiados e em vilas no norte do Iraque enquanto elogiava a resistência dos refugiados.

Hosseini, um ex-refugiado afegão, fez um apelo, essa semana, ao final de sua visita de três dias à região do Curdistão, norte do Iraque. Ele disse que, embora muito tivesse sido feito pelo governo e pelas organizações de ajuda para atender às necessidades básicas de 220.000 refugiados sírios registrados no norte do Iraque, “ainda é necessário muito mais”.

“Com o grande número de pessoas que fogem para o Iraque todos os dias, há uma urgente necessidade de doações internacionais com qualquer tipo de apoio possível,” ressaltou o autor, que é muito conhecido por seu primeiro romance, “O Caçador de Pipas”.

“Durante minha estadia na região do Curdistão, tive a oportunidade de falar com famílias de refugiados sírios que vivem dentro e fora dos campos, muitas delas haviam perdido tudo durante a fuga,” diz Hosseini.

“A realidade é que, sem uma perspectiva positiva para o fim da violência e para o retorno para casa, é crucial que a comunidade internacional faça mais pelos refugiados sírios no Iraque pra que continuem sendo protegidos”, ele acrescenta.

Os sírios no norte do Iraque, bem como milhares de seus compatriotas, se deslocaram forçadamente devido ao conflito que se instalou na Síria desde março de 2011. Essa movimentação populacional inclui mais de 2.5 milhões de refugiados e 6.5 milhões de deslocados internos.

No norte do Iraque, os sírios começaram a chegar através da fronteira leste com a Síria e também por outras partes. Mais de 96.000 pessoas estão vivendo em 12 campos de refugiados ou centros de trânsito, enquanto o restante está vivendo, principalmente, em áreas urbanas.

Hosseini, que agora é um cidadão estadunidense, visitou os campos de Kawergosk e de Darashakran (que somam cerca de 20.000 refugiados) para ver de perto como é a vida das famílias que vivem nesses campos e para ver as instalações disponíveis, incluindo escolas, centros de saúde e espaços acolhedores de crianças.

Dentre os refugiados que ele conversou, estava uma garota de 14 anos de idade chamada Payman, que disse a ele que adorava escrever. “Foi possível trocar ideias com ela sobre escrita e o que esta significa pra mim e para ela. Mesmo não falando sua língua, fui capaz de me conectar com ela,” diz Hosseini.

“Para mim, ela é uma das imagens dos danos quase incalculáveis e das perdas vividas pelo povo sírio em decorrência da guerra,” acrescenta o autor, que já escreveu três best-sellers.

Hosseini depois se encontrou com refugiados sírios que vivem fora dos campos no Curdistão iraquiano, cuja capital é Erbil. Ele também visitou os centros financiados pelo ACNUR onde são registradas as famílias de refugiados sírios que vivem fora dos campos e onde é fornecida assistência jurídica e serviços sociais.

Com cerca de 60% da população de refugiados sírios no Iraque concentrada fora dos campos, os Centros de Reintegração, Assistência e Proteção são uma parte essencial das operações de resposta aos refugiados no Iraque.

Essa foi a primeira visita de Hosseini aos refugiados sírios na região como embaixador da Boa Vontade do ACNUR. Sua viagem ajudará a manter as atenções acerca do sofrimento e das necessidades dos deslocados no Iraque e em outros países que acolhem esses refugiados como Líbano, Turquia, Jordânia e Egito.

O ACNUR tem apoiado o governo do Iraque e o governo da região do Curdistão na coordenação de uma resposta humanitária para a proteção aos refugiados e suas necessidades assistenciais. Isso inclui o fornecimento de registro e documentação aos refugiados, proteção à criança, intervenções acerca da proteção à violência sexual e de gênero, o fornecimento de abrigo, itens de sustentação à vida e acesso aos serviços básicos, incluindo apoio legal e psicológico.

Desde sua primeira parceria com o ACNUR, em 2006, Hosseini visitou seus compatriotas no Afeganistão em 2007, 2009 e 2010 e visitou o Chade em 2007. Sua fundação, a Khaled Hosseini Foundation, também apoia os projetos do ACNUR no oferecimento de oportunidades de emprego e educação e nos cuidados para com a saúde de mulheres e crianças.

“Em todos os lugares que vou, me impressiono com a resiliência das pessoas,” diz Hosseini. “Isso ressoa em mim e eu sinto uma certa sensação de parentesco, uma parte de minha própria experiência, da minha própria história familiar. Eu sempre encontro algo em comum com eles, não importa o quão diferente seja nossas origens.”

Fonte: ACNUR


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