O Fundo de População das Nações Unidas, Unfpa, está pedindo apoio urgente para cerca de 200 mil grávidas na Síria. Por dia, são quase 1,5 mil mulheres que têm seus bebês em condições “terríveis”, segundo a agência.
Desnutrição, falta de assistência médica e partos arriscados são alguns dos desafios enfrentados pelas grávidas sírias. O representante do Unfpa na Síria, Daniel Baker, citou problemas ginecológicos e psicológicos como outras complicações.
Sem Segurança
Os três anos de conflito na Síria levaram ao colapso do sistema de saúde e à falta de pessoal qualificado, de acordo com a agência. Nas áreas sitiadas, os partos chegam a acontecer em locais sem condições de higiene.
Devido à falta de segurança, as grávidas estão optando por cesarianas, para garantir acesso a um obstetra na hora do parto. O Unfpa está “alarmado” com o aumento das cesáreas na Síria, um índice que subiu para 45% no ano passado.
Antes do conflito, apenas 19% das grávidas optavam pela cesárea. A recomendação global é de que apenas 15% dos nascimentos sejam por meio da cesariana.
Violência e Abusos
O Unfpa nota que muitas grávidas na Síria se tornaram as chefes de família, causando maior pressão na vida diária. O aumento da violência doméstica, abuso sexual e casamentos precoces também é outra consequência direta da guerra civil.
Desde o começo da crise, há três anos, o Unfpa ajudou no nascimento de 240 mil bebês sírios. No ano passado, a agência conseguiu montar 26 centros de saúde, beneficiando quase 2 milhões de mulheres.
Mas o Unfpa precisa de ajuda financeira para continuar o trabalho e garantir também apoio materno, serviços de saúde reprodutiva e de planejamento familiar.
Fonte: Rádio ONU