Funcionários das Nações Unidas e da União Africana (UA) demonstraram esta semana profunda preocupação com o surto de violência que vem afetando milhares de civis na região sudanesa de Darfur. Eles alertaram para as crescentes dificuldades em prestar ajuda aos atingidos.
Estima-se que, desde o início de 2014, mais de 215 mil pessoas tenham sido expulsas de suas residências. Restrições de acesso impostos às agências humanitárias dificultam até mesmo o monitoramento do número de pessoas deslocadas na região.
“Nossa habilidade em ajudar os afetados pelo conflito e providenciar os recursos necessários tem sido severamente prejudicada”, informa uma declaração conjunta entre Joseph Mutaboba, representante da missão de paz em Darfur (UNAMID), e Ali Al-Za’tari, coordenadora humanitária da ONU no Sudão.
Uma década de sofrimento
A região de Darfur tem sido abalada por conflitos entre grupos rebeldes e forças do governo desde 2003. Funcionários da ONU vêm tentando diversas vezes convocar negociações para um cessar-fogo permanente.
“Há uma necessidade em reconhecer que, após dez anos de lutas e massacres, ninguém saiu vitorioso”, disse Mohamed Ibn Chambas, representante especial da ONU-UA em Darfur, durante reunião com líderes africanos no Chade. “A lição é clara e simples: todos os lados devem sentar-se na mesa de negociações e chegarem a um acordo.”
Chambas enfatizou também as dificuldades na prestação de auxílio. “Darfur tem experimentado uma das piores crises humanitárias do mundo. Sem a capacidade de providenciar assistência aos que necessitam, nossa busca por uma solução durável para a crise está condenada ao fracasso.”
Fonte: ONU