O director regional da UNICEF para a África Ocidental e Central disse, ao visitar o Chade, ter encontrado crianças que tinham sido expostas a “formas terríveis de violência”.
Manuel Fontaine afirmou que a UNICEF entregou às famílias metade das 1.062 crianças registadas como não acompanhadas na fuga aos confrontos na República Centro Africana e que nos últimos dois meses enviou pessoal médico adicional, o que permitiu aumentar a distribuição de bens essenciais nos centros de trânsito de refugiados.
No sul do Chade, referiu, a UNICEF apoiou a vacinação de mais de 12.500 crianças, mas apenas recebeu dois dos 14 milhões de dólares de que precisa para responder às necessidades imediatas das crianças centro-africanas.
Um comunicado da organização lembra que as crianças e as mulheres são a maioria dos 76 mil centro-africanos refugiados no Chade que precisam de “assistência adicional urgente” e que o impacto da crise tem reflexos cada vez maiores nos Camarões, na República Democrática do Congo e na República do Congo.
Alerta da ACNUR
A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) pede o reforço da segurança de mais de 15 mil pessoas em 18 localidades no noroeste e sudoeste da RCA cercadas por grupos armados. O porta-voz da ACNUR alertou que aquelas populações “correm riscos de ataque iminente” e que embora a violência tenha atingido todas as comunidades na República Centro Africana, “a maioria que está presa é formada por muçulmanos ameaçados por milícias anti-Balaka”.
O bairro PK12, Bangui, e as cidades de Boda, Bouar e Bossangoa são as áreas que mais preocupam a ACNUR, disse o porta-voz. “A ACNUR e parceiros respondem a estas situações com a presença nos locais do conflito, assistência humanitária, medidas de protecção e em casos excepcionais tenta ajudar a transferir pessoas para locais seguros”, afirmou.
Mas, advertiu o porta-voz, os esforços humanitários por si só não podem resolver as crises.
O porta-voz voltou a pedir o envio de mais tropas para República Centro Africana e “a todos os elementos armados” que deixem de atacar civis. O governo provisório, acentuou, precisa urgentemente de apoio “para realizar uma efectiva aplicação da lei, através da instalação da Polícia e de um sistema judicial que acabe com a impunidade”.
A violência e a instabilidade naquele país obrigaram quase um milhão de pessoas refugiarem-se em locais mais seguros na própria RCA e nos Camarões, Chade, República Democrática do Congo e República do Congo.
Fonte: Jornal de Angola