União Africana reforça protecção de civis

terça-feira, março 11, 2014

soldados

Fotografia: Reuters

O Conselho examinou a situação de segurança na República Centro Africana depois dos recentes massacres de trabalhadores humanitários e vai enviar mais 560 homens para as brigadas de Polícia anti-motim no terreno e 350 soldados suplementares especializados em engenharia e transmissões.

“O objectivo é facilitar a fase inicial de estabilização da situação e compromissos mais firmes e mais sustentados da comunidade internacional”, refere um comunicado do CPS. O documento diz que a situação continua preocupante nalgumas localidades e os esforços em curso devem reforçar a protecção das populações civis, neutralizar os grupos armados e criar um ambiente propício ao regresso rápido das pessoas deslocadas.

O CPS saudou os progressos já realizados para facilitar o desdobramento total de uma força de seis mil elementos, autorizada pela Missão Internacional Africana na República Centro Africana (MISCA), e a aplicação dos planos de envio e o regresso da normalidade a algumas localidades sob controlo da MISCA e da operação francesa Sangaris.
O Conselho de Paz e Segurança também tomou nota do retorno gradual das actividades em algumas localidades e saudou a criação de um corredor humanitário para controlar as operações humanitárias.

A União Africana espera que a transferência da autoridade da Missão Internacional Africana na RCA para uma missão das Nações Unidas aconteça até 14 de Setembro, que a decisão das Nações Unidas assumir as operações de manutenção da paz tenha “aval firme do Governo” e que o Conselho de Segurança dê “um papel acrescido aos líderes da região” no plano da manutenção da paz no território da República Centro Africana.

Relatório de Ban Ki-moon

O Secretário-Geral das Nações Unidas disse estar “fortemente preocupado” com o agravar da crise centro-africana, que pode trazer “graves consequências” para a República Centro Africana.

“O nível horrível de violência e a deslocação maciça de populações mudam a demografia do país, com eventuais consequências a longo prazo”, disse Ban Ki-moon num relatório apresentado ao Conselho de Segurança. No documento, o Secretário-Geral da ONU exorta a comunidade internacional “a agir imediatamente para salvar a situação” e reitera que é preciso “agir agora”. Também pede uma cooperação com os países vizinhos da RCA com vista a alcançar uma resolução duradoura do conflito.

Os ataques de milícias antibalaka contra os ex-rebeldes Seleka “inverteram a dinâmica do conflito e desencadearam um ciclo vicioso de represálias no seio das populações civis e confrontos entre as milícias armadas que afectaram profundamente as populações civis”, refere Ban Ki-moon no relatório.

O documento afirma que os esforços da comunidade internacional, o desdobramento rápido da missão internacional africana na RCA e a operação francesa Sangaris “foram determinantes para salvar a vida dos civis”. Saúda ainda o aumento de efectivos das forças internacionais, o desdobramento de uma força da União Europeia e o compromisso de alguns líderes em fornecer tropas e pessoal da polícia suplementar “durante esta fase transitória crítica” na RCA. Ban Ki-moon diz estar encorajado pela formação de um novo Governo de transição liderado por Catherine Samba-Panza e pela vontade da Presidente interina da RCA de fazer face aos numerosos e enormes desafios futuros.

O Governo de transição, sublinhou Ban Ki-moon, “necessita do engajamento duradouro dos seus vizinhos e da comunidade internacional para tirar o país da crise actual, e mais ainda dos centro-africanos para encontrar uma solução”.
Ban Ki-moon pede aos centro-africanos que aproveitem “a oportunidade deste período de transição para resolver os problemas imediatos com que estão confrontados, pôr fim à violência e restaurar a tradição secular de coexistência pacífica no país, estabelecendo as bases para uma paz e uma estabilidade duradouras”. Também pede que “cooperem plenamente” com as forças internacionais no país, com o enviado especial da ONU no terreno e com a missão prevista para a manutenção da paz, uma vez desdobrada.

O Secretário-Geral da ONU submeteu ao Conselho de Segurança uma iniciativa de seis pontos, com medidas imediatas para pôr fim à violência e aos massacres, proteger os civis, impedir a divisão de facto do país, facilitar a distribuição da ajuda humanitária e fornecer ao Governo de transição o apoio urgente de que necessita.

“Os problemas na RCA são enormes e complexos. A resposta à crise deve ser global, multidimensional e apoiada, para ajudar o país a estabilizar-se, restabelecer a lei e a ordem e a reconstruir as instituições do Estado que devem proteger o país e as populações”, defendeu. Anunciou uma cooperação “forte e estreita” com o Banco Mundial e o Banco Africano de Desenvolvimento, entre outras instituições financeiras, para reconstruir a RCA.

Cristãos e islâmicos 

Uma iniciativa da Organização Internacional para Migrações reúne islâmicos e cristãos, que convivem em relativa harmonia na região, apesar da pressão de grupos armados sobre a comunidade.

O projecto de limpeza das ruas do terceiro distrito da capital centro-africana faz a diferença na área de mercado conhecida como PK5, onde pilhas de lixo são removidas e os canais de esgoto limpos como parte da preparação para as chuvas.
Os grupos são divididos em cinco equipas de dez pessoas com uma combinação de muçulmanos e cristãos, mulheres e homens. Cinco dezenas de jovens representam 29 bairros do terceiro distrito.

Fonte: Jornal de Angola


Faça seu comentário

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <strike> <strong>

Voluntários

Loja Virtual

Em Breve
Close