Desde o final de fevereiro, combates entre grupos rebeldes e milícias locais em Darfur do Sul (Sudão) deixaram milhares de pessoas desabrigadas, com relatos de saques e aldeias queimadas. Em Darfur do Norte, ao longo dos últimos dias, milhares de pessoas fugiram de combates entre as comunidades e buscaram refúgio no acampamento da Missão Conjunta das Nações Unidas e da União Africana em Darfur (UNAMID), em Saraf Umra.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, expressaram profunda preocupação com a escalada da violência no Sudão e seu impacto sobre os civis na região. Eles pediram também o fim imediato das hostilidades.
“O secretário-geral pede a todos que cessem imediatamente as hostilidades e negociem uma solução pacífica para os conflitos”, disse o porta-voz de Ban, nesta terça-feira (11). “Ele pede ao Governo do Sudão e a aqueles envolvidos que cooperem com a UNAMID e parceiros humanitários para garantir o acesso a áreas de conflito, garantir da proteção de civis e ajudar os necessitados.”
Em comunicado, Pillay afirma ter havido uso desproporcional de força por grupos armados em áreas de Darfur do Sul que não são alvos militares e ressaltou que “deve haver um fim imediato de ataques contra civis desarmados”.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) estima que 50 mil pessoas estão sendo obrigadas a deixar suas casas por causa do aumento da violência.
A chegada desses deslocados internos já está causando um impacto devastador aos recursos limitados de água, alimentação e cuidados de saúde disponíveis nos campos, agravando a situação das 200 mil pessoas que estavam nos acampamentos antes deste conflito.
“O aumento do deslocamento é uma tendência preocupante no momento em que os civis estavam sendo encorajados a regressar às suas aldeias de origem”, alertou a agência.
Fonte: ONU