Agência da ONU incluiu o idioma em duas cartilhas voltadas a estrangeiros em situação de refúgio. Quase 900 sírios e libaneses têm esse status no País.
Aurea Santos
aurea.santos@anba.com.br
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) incluiu informações em árabe em dois manuais voltados para pessoas em situação de refúgio no Brasil. O idioma foi adicionado em janeiro à Cartilha de Solicitantes de Refúgio no Brasil e à Cartilha para Refugiados no Brasil.
Segundo informações do Acnur, o aumento do número de refugiados falantes de árabe que chegam ao País fez com que o idioma fosse incluído nas edições deste ano das cartilhas.
“A maioria dos refugiados árabes que está chegando é de sírios, devido ao conflito que está acontecendo na Síria. Mas, além disso, temos pessoas que estão chegando também do Líbano. Isso acontece porque o Líbano está sendo muito atingido pela crise da Síria”, disse por e-mail Andrés Ramirez, representante do Acnur no Brasil.
Segundo dados do Conselho Nacional de Refugiados (Conare), ligado ao Ministério da Justiça, de 2012 até agora o Brasil recebeu 526 sírios e 360 libaneses que obtiveram o status de refugiados aqui. Atualmente há outros 39 sírios e 23 libaneses com pedido de refúgio em análise.
No final de março, o Acnur informou que o total de sírios refugiados no País naquele momento era de 333 pessoas, mas que a tendência era de forte aumento, conforme reportagem publicada pela ANBA no dia 31.
Além do árabe, as informações estão disponíveis em português, inglês, francês e espanhol. Segundo o Acnur, estas são as principais línguas faladas pelos solicitantes de refúgio que chegam ao Brasil.
Na cartilha para solicitantes constam, por exemplo, informações importantes como o fato de não ser possível pedir refúgio estando fora do território brasileiro e que a solicitação pode ser feita para o grupo familiar que acompanha o solicitante.
No documento voltado para quem já é refugiado, há dados sobre como solicitar a carteira de trabalho, como pedir residência permanente e como conseguir assistência social e jurídica.
Ao final das duas cartilhas, há números de telefones de órgãos importantes como a Polícia Federal, o Conare e o Conselho Nacional de Imigração, entre outros.
A Cartilha de Solicitantes de Refúgio no Brasil está disponível no link http://migre.me/iNzfe.
A Cartilha para Refugiados no Brasil pode ser acessada no link http://migre.me/iNzgs.
Fonte: ANBA