O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, exigiu que as tropas do governo da Síria e os grupos armados de oposição protejam a população geral.
Com novos relatos de atrocidades no conflito que está levando à destruição do país, Ban disse que os dois lados têm a obrigação legal e a responsabilidade moral de evitar ataques contra civis.
Violência
Ele afirmou que tanto o governo como a oposição devem fazer tudo o que for possível para prevenir a violência, inclusive suspender os bombardeios.
Ban declarou que o assassinato do padre Frans van der Lugt, nesta segunda-feira, é a última tragédia que demonstra a necessidade urgente de se proteger a população.
Segundo agências de notícias, o padre jesuíta vivia na Síria há quase 50 anos. Testemunhas contaram que ele foi retirado de dentro de casa e assassinado com dois tiros na cabeça. O motivo do crime ainda não foi esclarecido.
Direitos Humanos
O chefe da ONU condenou o que que chamou de “ato desumano de violência” contra um homem que, heroicamente, defendeu o povo sírio em meio ao conflito no país.
Ban disse ainda que ficou “horrorizado” com as imagens de execuções ocorridas na cidade de Kassab.
Mesmo a ONU não tendo confirmação oficial da validade desses relatos, ele afirmou que violações dos direitos humanos continuam acontecendo na região e que moradores continuam sendo forçados a fugir para outras áreas.
Sofrimento
O chefe das Nações Unidas disse ainda que as forças do governo continuam destruindo indiscriminadamente bairros inteiros e soterrando famílias sob os escombros de suas casas.
Outra preocupação de Ban é com grupos identificados como organizações terroristas que continuam brutalizando os civis.
O secretário-geral lembrou que muitos na Síria acreditam que o conflito possa ser resolvido militarmente. Ban explicou que mais violência trará somente mais sofrimento e instabilidade para o país e vai semear o caos na região.
Ele fez mais um apelo para que os sírios e todos os que apoiam os grupos dentro do país acabem de uma vez com a violência.
Ban disse que a ONU está preparada para contribuir promovendo um acordo político, prestando assistência humanitária e dando apoio à reconstrução.
Ajuda
No mês passado, o Programa Mundial de Alimentos, PMA, enviou comida para 4 milhões de pessoas na Síria, numa operação considerada recorde.
Um relatório divulgado esta terça-feira pela agência da ONU alerta que uma possível seca na Síria pode prejudicar ainda mais a já frágil situação de segurança alimentar.
Especialistas do PMA disseram que o índice de chuva na Síria desde setembro foi menor do que a média normal, e isso terá um impacto muito grande na próxima safra.
Fonte: Rádio ONU