Refugiados palestinos e sírios puderam relatar os obstáculos que enfrentam ao pisar em solo brasileiro na audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de São Paulo, por iniciativa do deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL). O objetivo do debate, segundo os organizadores, é apontar caminhos para mudar essa realidade, como a criação de uma política pública de inclusão e atendimento aos refugiados no país.
Dentre as dificuldades relatadas, os participantes mencionaram, especialmente, os entraves burocráticos para obter os documentos que os possibilitem trabalhar no Brasil. Este, segundo eles, é o ponto central da discussão. Sem documentação, não há trabalho, o que torna precárias as condições de vida: moradia, saúde, acesso das crianças à educação, assistência aos idosos e outros tantos aspectos importantes para a vida de qualquer pessoa ficam seriamente comprometidos. Além disso, o fato de não falarem português dificulta a comunicação e potencializa todos os problemas.
Segundo o Conselho Nacional de Refugiados (Conare), ligado ao Ministério da Justiça, de 2012 até agora o Brasil recebeu 526 sírios e 360 libaneses, que obtiveram o status de refugiados aqui. Atualmente há outros 39 sírios e 23 libaneses com pedido de refúgio em análise. Entre os palestinos, de acordo com dados de novembro de 2013, há 117 refugiados e 14 solicitações pendentes.
Para a jornalista e membro da diretoria do ICArabe, Soraya Misleh, que acompanhou a audiência, a situação dos refugiados no Brasil é um problema que exige urgência. “É necessário um programa que contemple vale aluguel, professor e todo tipo de assistência e trabalho para que essas pessoas possam viver com dignidade aqui até voltarem para suas terras.”
Fonte: Cultura Arabe