Os refugiados sul-sudaneses instalados em acampamentos na Etiópia precisam de ajuda urgente. Os recursos atualmente disponíveis são insuficientes. Falta água, alimentação e saneamento
Milhares de refugiados que deixaram a violência e a pobreza do Sudão do Sul para procurar refúgio nos acampamentos da região de Gambella, na Etiópia, estão a defrontar-se com a falta de água, de bens alimentares e de saneamento. Além disso, estão também a sofrer com uma diversidade de condições médicas de emergência, como o «sarampo altamente contagioso», alerta a organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF).
Os cerca de 80 mil refugiados que escaparam das perseguições e da escassez de alimentos nos estados de Jonglei, Alto Nilo e Unity, no Sudão do Sul, chegaram à Etiópia nos últimos meses e, em poucas semanas, a totalidade das pessoas refugiadas «pode chegar às 140 mil», apontam os MSF. Segundo estes profissionais, a «oferta de assistência humanitária nos acampamentos já está muito aquém das necessidades».
Pelo menos mil novos refugiados chegam à Etiópia todos os dias, com «muitos casos de infeções respiratórias, diarreia e malária», relacionados com as «duras» condições de vida nos acampamentos, indica a organização. As crianças estão particularmente em risco, sendo que «centenas delas já estão em tratamento para o sarampo».
Até ao momento, as equipas dos MSF realizaram 8.633 consultas médicas, internaram 160 pacientes e ofereceram cuidados nutricionais intensivos a 130 crianças. Além disso, a organização está a instalar latrinas nos acampamentos de Pagak e Kule, onde também está responsável pelo abastecimento de água. De acordo com os MSF, é preciso «ampliar significativamente a oferta de ajuda antes que a estação chuvosa inicie, o que vai apenas piorar as condições de vida, que já são terríveis».
Fonte: Fátima Missionária