Diretora da Escola Governamental Feminina já havia desmentido a libertação das estudantes
O exército da Nigéria admitiu que a maioria das 129 meninas sequestradas na segunda-feira (14) passada em uma escola continua desaparecida, corrigindo uma declaração anterior que dizia que 121 alunas haviam sido libertadas.
Segundo informa nesta sexta-feira (18) a imprensa local, o porta-voz do Exército, general Chris Olukolade, emitiu um comunicado no qual afirma que a “busca continua” e atribui o sequestro à seita radical islâmica Boko Haram.
Em uma nota divulgada na quarta-feira (16), Olukolade afirmou que 121 das 129 estudantes sequestradas na cidade de Chikob (Nigéria) haviam sido liberadas. No entanto, a diretora da Escola Governamental Feminina de ensino médio de Chibok, Asabe Kwambura, acusou ontem os militares de mentir.
— Não há nada no comunicado militar que seja verdade sobre nossas meninas sequestradas.
“Até agora, ainda estamos esperando e rezando pelo retorno seguro das estudantes. A única coisa que sei é que apenas 14 delas estão conosco”, disse Kwambura, acrescentando que voluntários estão atrás do rastro das adolescentes.
O governador do estado de Borno (onde fica Chibok), Kashim Shettima, também negou a versão das Forças Armadas. Após os desmentidos, o porta-voz militar ressaltou que o exército “deseja reconhecer como válida a declaração da diretora da escola e do governador sobre o número de estudantes ainda desaparecidas, e se retrata do comunicado prévio”.
Olukolade explicou que a informação divulgada, que a princípio foi obtida no local, procedia de um “canal oficial” e foi publicada “de boa fé”, apesar de ser errônea, o que foi um acontecimento “infeliz”.
Segundo as testemunhas citados pela imprensa local, o sequestro das estudantes ocorreu na noite da segunda-feira, quando uns 50 homens armados chegaram a Chibok em um comboio de veículos e atearam fogo a edifícios públicos e casas.
Depois se dirigiram à escola, onde capturaram todas as estudantes que puderam e as levaram de caminhão. O fato aconteceu horas depois do atentado a bomba, vinculado também pelo governo ao Boko Haram, que na segunda-feira passada causou pelo menos 75 mortos em uma estação de ônibus de Abuja.
Boko Haram, que significa em dialeto local “a educação não islâmica é pecado”, luta para impor a “sharia” (lei islâmica) na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristã no sul.
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Fonte: R7