Vários alertas têm surgido. A campanha No Lost Generation (com Petição http://goo.gl/ank3Ve), a da Save the Children… Focalizar-me-ei na da UNICEF, cujo texto fui buscar à sua página.“Três anos de violência, 5.5 milhões de crianças em perigo – duas vezes mais do que há um ano atrás – 1 milhão de crianças bloqueadas em zonas sitiadas às quais o acesso de ajuda humanitária é difícil devido à violência continuada. A UNICEF estima que há 2 milhões de crianças a precisar de apoio psicológico. Toda uma geração de crianças está em perigo. No interior da Síria há 4.3 milhões de crianças afectadas, das quais perto de 3 milhões foram forçadas a abandonar os seus estudos. A taxa de frequência no ensino primário, que antes do conflito era de 97%, é agora de apenas 6% em algumas zonas do país.
[…] o número de crianças refugiadas já é superior a 1.2 milhões – e são cada vez mais a cada dia que passa. Nos países de acolhimento entre 400.000 e 500.000 crianças não frequentam a escola. Uma em cada 10 crianças refugiadas tem de trabalhar para ajudar a sua família, e uma em cada 5 raparigas sírias na Jordânia é obrigada a casar precocemente.
O relatório da UNICEF dá conta dos danos causados às crianças cujas vidas foram destroçadas por três anos de conflito e sublinha os traumas profundos pelos quais muitas delas passaram. “Para as crianças da Síria, os três últimos anos foram os mais longos das suas vidas. Podem elas passar por mais um ano de sofrimento?”, questiona Anthony Lake, Director Executivo da UNICEF.
A violência, a degradação dos sistemas de saúde e de educação, o stress e os traumas psicológicos, e o impacto da degradação da economia sobre as famílias são factores de peso que, conjugados, estão a causar a perda de uma geração inteira.
O relatório chama a atenção da comunidade internacional para o sofrimento das crianças e suas famílias que, durante meses, estiveram sob cerco em várias zonas do país. Sem acesso a qualquer tipo de assistência humanitária, a viver no meio de escombros e com muitas dificuldades para encontrar comida, muitas crianças sírias ficaram sem qualquer tipo de protecção e de cuidados de saúde, sem apoio psicológico e sem acesso à educação. Em casos mais extremos, crianças e mulheres grávidas foram feridas intencionalmente ou mortas por atiradores furtivos.
Os campos de refugiados e as comunidades de acolhimento estão sobrelotados e o acesso a água potável, a alimentos nutritivos e a oportunidades de aprendizagem são limitados. Só no campo de refugiados de Zaatari, na Jordânia, o segundo maior em todo o mundo, vivem quase 60.000 crianças sírias.
O conflito afectou 11.5 milhões de pessoas dentro e fora do país, fez 100.000 mortos, dos quais 6.500 crianças, e obrigou mais de 2.6 milhões de pessoas a fugir para os países vizinhos (Egipto, Iraque, Jordânia, Líbano e Turquia), em busca de um lugar seguro e um futuro.
[…] A falta de financiamento para fazer face às necessidades das crianças sírias é enorme. Para 2014 são necessários 617 milhões de USD para a Síria e região, mas até ao momento dispomos de apenas 8% desse montante.”
Contribua para as crianças da Síria. (Transferência ou depósito bancários Millenium BCP – NIB 0033 0000 5013 1901 2290 5).
O Relatório completo sobre esta situação pode ser visto em:http://www.unicef.pt/siria/files/Under_Siege_March_2014.pdf
Fonte: A Viagem dos Argonautas