Há um ano, várias agências humanitárias das Nações Unidas fizeram um apelo urgente em prol de milhões de pessoas afetadas pela guerra civil na Síria. Nesta quarta-feira, o grupo divulgou um comunicado informando que o apelo está em grande parte sem resposta.
A nota é assinada por cinco chefes de agências, incluindo a subsecretária-geral para Assistência Humanitária,Valerie Amos, e o alto comissário para Refugiados, António Guterres.
Sitiados
Segundo os representantes da ONU, a guerra aumentou em várias áreas e a situação humanitária piora a cada dia. A nota afirma inclusive que “o pior ainda está por vir” para os civis que estão em Alepo e na Cidade Velha de Homs.
Somente em Alepo, pelo menos 1 milhão de pessoas precisam de assistência com urgência. A estrada que vai de Damasco a Alepo e outras rodovias muitas vezes são bloqueadas por forças armadas e outros grupos.
Sofrimento
Com isso, 1,2 milhão de civis ficam sem comida na cidade de Alepo e em áreas rurais da região. O comunicado cita também bombardeios, foguetes, morteiros e outros ataques contra “homens, mulheres e crianças inocentes”.
Os chefes das agências da ONU afirmam que existem apenas 40 médicos para 2,5 milhões em Alepo. Em toda a Síria, mais de 9,3 milhões de pessoas foram afetadas pelo conflito, que já dura mais de três anos.
Deste total, 3,5 milhões vivem em áreas sitiadas e ficam sem receber ajuda humanitária. Os representantes do Ocha, Unicef, OMS, Acnur e PMA afirmam que suas equipes fazem o possível para salvar vidas e aliviar o sofrimento dos civis, mas que o trabalho não é suficiente.
Ações
Eles pedem a todos envolvidos neste “conflito brutal” a tomar ação urgente e permitir o acesso incondicional a todas as pessoas necessitadas, incluindo o uso de rotas na Síria e nas fronteiras.
Outro pedido é pelo fim do cerco aos civis, em especial os que estão em Alepo, na Cidade Velha de Homs, em Yarmouk e em Zahra. Os representantes da ONU também querem o fim dos bombardeios, tanto por parte das forças do governo quanto por grupos da oposição.
O comunicado lembra ainda que os “esforços diplomáticos para acabar com anos de sofrimento falharam”. Mas a “coragem e a determinação dos sírios para sobreviver não falharam.”
No final da nota, eles perguntam se aqueles que têm poder e influência para acabar com a “guerra trágica e terrível” possuem a mesma coragem, e também questionam como o mundo pode desistir de salvar a Síria.
Fonte: Rádio ONU