Existem no mundo mais de 10,5 milhões de refugiados, mais de metade crianças. Só no ano passado, mais de 2 milhões de pessoas entraram nestas estatísticas: os piores números dos últimos 20 anos. Os últimos dados do ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) indicam que, a cada quatro segundos – o tempo entre cada pestanejar – há uma nova pessoa forçada a tornar-se refugiada, tendo de fugir da sua casa devido a guerras, conflitos ou desastres naturais e deixando praticamente tudo para trás.
Estas pessoas encontram abrigo e alguma segurança nos campos de refugiados do ACNUR. No entanto, aquilo que à partida é encarado como uma situação transitória e de curta duração acaba por perdurar no tempo e, em média, cada refugiado fica 12 anos a viver num campo. Os que têm a sorte de conseguir ter a família junto de si – porque em muitos casos no momento da fuga os familiares ficam para trás – permanecem 144 longos meses, na maioria dos casos a viver dentro de uma tenda de lona com pouco mais de 20 m², praticamente ao relento, com o barulho e o frio nocturno e sem luz.
A falta de luz é, de facto, um dos maiores dramas nos campos de refugiados. Sem iluminação, especialmente após o pôr do Sol, a vida nestes locais é verdadeiramente sombria e pode ter um efeito devastador na protecção e na segurança dos seus habitantes. Actividades tão simples como ir à casa de banho, ir buscar água ou regressar à tenda são difíceis e mesmo perigosas, nomeadamente para mulheres e raparigas. Além da questão da segurança, as perspectivas de educação e possibilidades de trabalho e rendimento destes 10,5 milhões de refugiados ficam muito limitadas.
É por isso que estamos empenhados em dar a volta a esta situação. Porque sabemos que são as pequenas coisas que fazem grandes diferenças. A iluminação nos campos de refugiados pode representar uma reviravolta tremenda na vida destas pessoas, melhorando substancialmente a sua qualidade de vida.
Os candeeiros de rua, por exemplo, garantem mais segurança nos campos reduzindo o risco de crime ou violência sexual.
Fonte: Jornal i