A vontade de mostrar os brinquedos usados por crianças em ambientes e países tão distintos levou Gabriele Galimberti numa aventura pelo mundo.
O fotógrafo queria retratar a realidade vivida por crianças entre os 3 e os 6 anos que nunca sequer sonharam com existência de uma Toy’r'us ou outra qualquer loja de brinquedos.
A Zâmbia foi uma das suas paragens. Em Kalulushi não há lojas nem tão pouco restaurantes. Não há brinquedos, é certo, mas qualquer coisa pode vir a sê-lo.
“Nesta pequena aldeia é quase impossível ter um brinquedo, os miúdos brincam com o que apanham. Quando conheci a Maudy, ela tinha uma caixa cheia de óculos de sol que encontrou na beira da estrada – deve ter caído de um camião – e todos os miúdos brincavam com eles”, explica o fotógrafo italiano ao jornal português I.
Maudy é uma das tantas personagens que integram as histórias contadas através de fotografias compiladas no livro “Toy Stories”.
O fotógrafo italiano contou ao jornal como tudo começou ao fotografar uma menina da Toscana que vivia numa quinta e brincava com vacas. Depois disso foi agarrar no conceito e partir à aventura.
Na maior parte dos casos foi fácil convencer os miúdos, bastava brincar com eles, mas houve situações em que o simples facto de ver uma máquina apontada na sua direcção foi o suficiente para desencadear um choro incessante.
“Taha e a família eram refugiados e quando lá fui fotografá-lo ele não quis. Chorava muito e ainda mais quando agarrava no carro dele (o seu único brinquedo) para organizar a fotografia. Depois de 15 minutos a tentar, desisti. Sentia-me mal com a situação”, lembra.
Gabriele Galimberti nasceu em Arezzo, Itália, estudou Fotografia na Fondazione Studio Marangoni, coordenou um laboratório profissional de fotografia e uma galeria em Florença.
Apaixonado por fotografia de viagem e documental, Gabriele já publicou três livros “Florence versus The World” e “Switzerland versus The World”, sendo “Toy Stories” o seu mais recente trabalho, fruto da passagem por 58 países.
Fonte: Sapo.pt