Unicef diz que número evoluiu de 3,5 mil para cerca de 6 mil; além de combater, estas são usadas pelos grupos armados como cozinheiras, porteiras ou encarregadas de educação.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O número de crianças-soldado a atuar no conflito centro-africano quase duplicou nos últimos cinco meses, anunciou esta sexta-feira o Fundo da ONU para a Infância, Unicef.
Em nota, emitida em Genebra, a agência informa que desde o agudizar da violência, em dezembro passado, estas passaram de 3,5 mil para cerca de 6 mil.
Libertados
De acordo com informações recebidas do país, vários grupos armados libertaram mais de 1 mil menores este ano. O Unicef disse que o número é mais de cinco vezes superior ao dos soltos em 2013.
Além das milhares de crianças a combater ao lado dos grupos armados no conflito, o estudo destaca que outras exercem funções de cozinheiras, de porteiras e de encarregadas de educação.
Assistência
Em relação ao grupo libertado, a agência disse ter apoiado com um pacote de serviços, que inclui assistência médica e apoio psicossocial.
Em colaboração com parceiros, foram localizados os familiares e reunidos aos menores que também puderam retornar à escola. As mais velhas recebem instrução avançada.
A questão das crianças armadas junta-se a da desnutrição aguda, que afeta cerca de 30 mil crianças centro-africanas em 2014. O Unicef lembra que desde o início do ano, o sistema de educação está de rastos.
A pesquisa aponta para 194 crianças mortas ou feridas por machetes desde dezembro.
Centro-Norte
Entretanto, o Alto Comissário da ONU para Refugiados, Acnur, também apresentou dados de maio, apontando para um aumento de deslocados em cerca do dobro, relativamente ao mês passado. A subida deve-se à intensificação do conflito na região centro-norte, aponta a agência.
Mais de 23 mil pessoas fugiram das suas casas na área de Kaga Bandoro, sendo a maioria dos deslocados cristã, com maior número de mulheres e crianças.
Fonte: Rádio ONU