O Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) disse nesta sexta-feira (9) que está profundamente preocupado com a recente onda de ataques aos civis no nordeste da Nigéria. “A brutalidade e a frequência destes ataques é sem precedentes”, disse em Genebra (Suíça) o porta-voz da agência, Adrian Edwards.
“Nos últimos dois meses temos visto vários sequestros e mortes, fazendo com que a população se desloque dentro da Nigéria e para países vizinhos.”
Refugiados e deslocados internos estão relatando atos de extrema violência e demonstram, claramente, sinais de angústia e medo. Alguns presenciaram amigos ou membros da família sendo escolhidos aleatoriamente e mortos nas ruas. Há relatos de casas e campos sendo totalmente queimados, deixando vilas completamente destruídas ou granadas sendo lançadas dentro de mercados lotados, matando pessoas e animais.
Existem registros de que pessoas estão sendo capturadas nas lutas entre insurgentes e forças armadas, além de informações sobre prisões arbitrárias sob a suspeita de pertencimento aos grupos insurgentes e outros crimes graves, incluindo execuções sumárias.
Estudantes aterrorizados, que sobreviveram aos ataques em suas escolas nos estados de Adamawa, Borno e Yobe disseram ao ACNUR como eles viram seus amigos sendo mortos ou sequestrados.
Segundo relatos da imprensa, no dia 14 de abril ocorreu o sequestro de mais de 200 meninas em uma escola em Chibok, no estado de Borno. Tal fato parece ser mais um de uma série de sequestros em escolas que estão ocorrendo no nordeste da Nigéria nos últimos meses, afirmou a agência da ONU.
Esta semana marca o primeiro aniversário da declaração na Nigéria de um estado de emergência, nos estados de Adamawa, Borno e Yobe. Ao todo, 250 mil pessoas estão deslocadas dentro do país, de acordo com a Agência de Gestão de Emergências da Nigéria. Outros 61 mil fugiram para os países vizinhos, como Camarões, Chade e Níger.
A maioria é composta por nacionais do Níger que viviam na Nigéria, mas 22 mil são nigerianos que se tornaram refugiados devido à crise.
Fonte: ONU