Palestinos protestam contra a criação de Israel no ‘dia da catástrofe’

quinta-feira, maio 15, 2014

Protestos, sirenes e balões pretos marcaram a data. ’Nakba’ é o termo usado pelos palestinos para se referir à fundação de Israel.

garotoDivididos e irados, os palestinos lamentaram nesta quinta-feira (15) os 60 anos da criação de Israel, enquanto o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, visita o país para comemorar a existência de “uma pátria para um povo escolhido [o povo judeu]“.

Protestos, sirenes e balões pretos marcaram a “Nakba” – catástrofe em árabe, termo usado pelos palestinos para se referir à data da fundação de Israel.

Mas a unidade de outros anos deu lugar a uma profunda divisão entre o governo de Mahmoud Abbas, que tenta negociar a paz com Israel, e o grupo islâmico Hamas, contrário ao diálogo.

Na Faixa de Gaza, governada pelo Hamas, quase mil crianças saíram às ruas fantasiadas de militantes, armados com armas e lançadores de morteiros de brinquedo.

Na Cisjordânia, governada por Abbas, o presidente defendeu a reconciliação, mas cobrou o fim da ampliação dos assentamentos judaicos.

“Passaram-se 60 anos. É hora de acabar a Nakba para o povo palestino”, disse Abbas, que retomou em novembro o processo de paz, que desde então teve poucos avanços

Já a mensagem do Hamas conclamava os palestinos a se unirem à “resistência” contra Israel, e pedia a Abbas que “abandone todas as ilusões de negociação”.

Ao meio-dia, sirenes soaram nas cidades da Cisjordânia. Em algumas ruas, o tráfego parou por dois minutos. Em Gaza, multidões protestaram contra o bloqueio econômico israelense.

Emissoras rivais das facções Hamas e Fatah (de Abbas) transmitiram imagens de palestinos que fugiram ou foram expulsos em 1948 do território que hoje forma Israel.

A tensão entre ambas as partes era palpável em Gaza, onde as forças do Hamas impediram seguidores da Fatah de realizar seu próprio comício alusivo à “Nakba” no campo de refugiados de Jabalya.

Os protestos davam ênfase ao drama dos refugiados palestinos e de seus descendentes, dos quais 4,5 milhões vivem espalhados pela Cisjordânia, na Faixa de Gaza e em outras regiões, muitas vezes em miseráveis campos de refugiados.

Fonte: Vigiai


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