A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, afirmou nesta sexta-feira (9) que o relatório da ONU relatando violações brutais dos direitos humanos no Sudão do Sul – em uma “escala massiva” e incluindo a possibilidade de crimes de guerra e crimes contra a humanidade – “sublinham a urgência de se acabar com o conflito”.
No relatório, elaborado pela missão de paz da ONU no país (UNMISS) e que conta com o depoimento de mais de 900 vítimas, constam, entre outros crimes, assassinatos em massa baseados na etnia dos civis, execuções sumárias, sequestros e violência sexual.
Pillay afirmou que “como ex-presidente do Tribunal Criminal Internacional para o Ruanda, eu reconheço neste caso muitas situações antecessoras de genocídio: mensagens de ódio na mídia, incluindo mensagens pró-estupro de mulheres de um grupo étnico particular; ataques a civis em hospitais, igrejas e mesquitas; e até ataques a pessoas refugiadas na base da ONU – e tudo baseado na etnia das vítimas”.
Pillay apelou aos líderes das duas partes em conflito para que punam os responsáveis pelos crimes, destacando que “não é credível” que não saibam a identidade dessas pessoas.
Referindo-se ao comprometimento da comunidade internacional, Pillay disse que “o mundo finalmente acordou para o que se está passando no Sudão do Sul”, mas é necessário “tomar ações concretas e imediatas” para evitar que o país “colapse rumo a uma catástrofe”.
Os dois líderes sul-sudaneses em conflito, o presidente Salva Kiir e seu oponente Riek Machar, têm um encontro agendado em Adis Abeba, na Etiópia, para conversações de paz.
Fonte: ONU